Face à vaga de protestos e à greve governo de Israel adia reforma judicial

Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, face aos protestos populares contra o seu governo de extrema-direita, anunciou na segunda-feira, 27, o adiamento do debate sobre um polémico projecto de reforma judicial. Netanyahu informou que o parlamento debaterá a iniciativa legislativa na próxima sessão, em Julho, para dar tempo a «negociações» com os que se opõem à lei.

O recuo foi provocado por grandes manifestações, ao longo de semanas, em Telavive, contra a reforma que permitiria ao governo limitar a independência dos juízes e controlar a nomeação dos magistrados.

A tensão social subiu quando Netanyahu demitiu o ministro da Defesa, Yoav Gallant, por este ter questionado a reforma e apelado ao diálogo. A demissão provocou protestos massivos, com dezenas de milhares de pessoas nas ruas, e a convocação de uma greve geral, pela Histadrut, a principal central sindical do país. A paralisação, na segunda-feira, afectou sobretudo aeroportos, portos, hospitais e universidades, em Telavive, Jerusalém e Haifa.

Nos protestos participou o Partido Comunista de Israel, cujo dirigente, Efraim Davidi, intervindo junto da sede da Histadrut, em Telavive, defendeu o fim definitivo da reforma judicial e a continuação dos protestos pela demissão de Netanyahu, enfatizando que os israelitas devem «lutar contra o fascismo e por uma verdadeira democracia, sem racismo, sem exploração de classe e sem ocupação».

Entre os manifestantes estiveram também Ayman Odeh e Aida Touma-Sliman, deputados do partido de esquerda Hadash, que apelaram a todos os cidadãos, judeus e árabes, para «travar o fascismo» e, juntos, nas ruas, lutar contra a ditadura e pela paz.




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