A situação do País e as propostas do PCP
O capitalismo tem na sua génese o roubo, a vigarice, a corrupção
O PS, através do seu Governo, tenta a todo o custo passar a ideia de que a situação que o País está a viver, nomeadamente no plano económico e social, tem como causas principais a epidemia, antes, e agora a guerra na Ucrânia. Nada mais falso, porque de facto a redução dos salários e rendimentos dos trabalhadores e pensionistas, com o consequente agravamento das suas condições de vida, o aumento do desemprego, o alargamento da pobreza (com mais de um milhão de portugueses nessa situação) já existiam antes da pandemia e da guerra.
Elas vieram, sim, colocar a descoberto as profundas debilidades em que o País se encontrava, no plano económico e social, por ter sido vítima durante as últimas décadas das políticas de direita realizadas pelo PS, PSD e CDS, que cometeram autênticos crimes contra o povo e o País e com consequências directas nas grandes dificuldades sentidas ainda hoje.
PS e PSD tentam, cada um à sua maneira, que os trabalhadores e o povo em geral não se lembrem ou não conheçam as grandes responsabilidades que têm na situação dramática em que o País se encontra: aumento do custo de vida, em especial dos géneros alimentares e da habitação; a pobreza a crescer de forma exponencial e um cada vez maior número de portugueses a viver situações indignas, no que representa um atentado aos direitos humanos; o ter de pedir comida a amigos, familiares ou instituições, para alimentar a família.
Ao mesmo tempo, a riqueza concentra-se escandalosamente num número reduzido de grandes capitalistas, como está acontecer com os bancos, as grandes superfícies do comércio e as empresas de combustíveis e energia. Para estes, a guerra na Ucrânia é uma maravilha e desejam certamente que se prolongue durante muito tempo.
Crimes, lavagens e a luta
Vivemos um tempo em que o carácter explorador, opressor e profundamente desumano do capitalismo é cada vez mais visível. O PS esconde que, após ter dado início à contra-revolução, foi o partido que mais anos governou o País. O PSD, que governou quase tanto tempo como o PS, tem em curso uma tentativa de lavagem e branqueamento do seu passado, em especial do mais recente, colocou o conta-quilómetros a zero, está a dar uma nova pintura no carro e está a tentar vendê-lo como novo. Quem o comprar vai de certeza fazer um mau negócio. Faz sentido, por isso, que recordemos alguns dos principais crimes cometidos contra os trabalhadores, o povo e o País pelos autores da política de direita.
As privatizações: empresas estratégicas para o desenvolvimento económico do País foram entregues a preços de saldo a grandes grupos económicos, especialmente estrangeiros. Estas, para além das consequências negativas para um futuro projecto nacional de desenvolvimento e criação de riqueza, colocaram em causa a própria soberania nacional.
E como o capitalismo tem na sua génese o roubo, a vigarice, o tráfico de influências e a corrupção, aí temos sectores e empresas estruturantes para o País, como é bom exemplo o processo de privatização da TAP, transformadas em autênticos antros de corrupção.
A destruição do aparelho produtivo nacional foi outro crime contra o País. Que levou à destruição da produção industrial, do sector agrícola e das pescas.
Todos recordamos aquela autêntica vergonha nacional de serem dados subsídios, vindos da União Europeia, aos agricultores para que não produzissem. O mesmo aconteceu com o sector das pescas, com os referidos subsídios aos pescadores e armadores para abater os seus barcos, desde que não cometessem o crime de trabalhar e pescar. Hoje, o PS e o PSD têm mais dois aliados a apoiar a política de direita como fica claro na convergência de votos sempre garantida para chumbar as propostas do PCP na Assembleia da República.
Portugal precisa de um governo cujos membros exerçam as suas funções com o sentido mais nobre da política: servir os trabalhadores, o povo e o País. E concretizem a Política Patriótica e de Esquerda que o PCP propõe ao povo português e que a luta dos trabalhadores mais cedo que tarde acabará por impor.