Diferentes maneiras de ser comunista

Os dois novos militantes com quem o Avante! conversou esta semana chegaram ao PCP em fases muito diferentes das suas vidas. Motivados por questões distintas, ambos encontraram razões de sobra para se inscreverem no Partido. Às motivações, somam-se as diferenças no percurso e as dissonâncias nas experiências que moldaram o início das suas vidas. O objectivo, no entanto, é comum: mudar o mundo.

Guilherme, natural de Amarante, é ainda bastante jovem. Foi aos 21 anos que decidiu juntar-se aos comunistas, combater activamente as desigualdades que o rodeiam e saltar para a linha da frente da luta por uma sociedade diferente.

Em casa, conta, a política e os diversos assuntos do mundo nunca foram tema tabu. Apesar de estarem longe de serem comunistas, os seus pais sempre entenderam a importância da acção do PCP na vida política nacional, sobretudo no que toca à defesa dos direitos de quem trabalha.

Aos 15 anos, Guilherme mudou-se para Lisboa devido ao novo emprego da sua mãe. Lá continuou os estudos no Liceu Camões e teve oportunidade de trocar experiências com o colectivo dos jovens comunistas da escola. Mais tarde, voltou a mudar-se, desta feita para Vila Real, onde estuda Ciências da Comunicação na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Desde amigos que abandonaram os estudos por falta de meios financeiros, às diferentes realidades que conheceu durante esta fase mais atribulada da sua vida, Guilherme afirma que não conseguiu ficar indiferente a tudo o que o rodeava. Assim ganhou consciência de classe e, ao estar informado sobre problemas e soluções, aderiu ao PCP.

Perto das celebrações do centenário do Partido, procurou saber onde é que os comunistas de Vila Real se iriam reunir e foi ao encontro deles. A iniciativa em que participou foi o bastante para o convencer. Na semana seguinte visitou o Centro de Trabalho, inscreveu-se no Partido e, ligeiramente mais tarde, na JCP. O contacto com os militantes e a actividade que começou a ter alteraram completamente a sua vida, afirma.

A experiência de João Paulo, 41 anos, é diferente. A sua vida em pouco ou nada mudou quando se inscreveu no Partido. Ao contrário de Guilherme, este militante de Pias desde sempre contactou com o Partido. Aliás, conta que a primeira vez que trabalhou com comunistas em torno de um objectivo comum foi na construção e reabilitação do Centro de Trabalho da vila. Com eles aprendeu muitas competências que mais tarde voltaria a utilizar nas jornadas de trabalho da Festa do Avante!.

Nunca preencheu a ficha de inscrição, mas esteve sempre ao lado do PCP para tudo. Em todas as acções e momentos em que era preciso estar ao lado do partido dos trabalhadores, João nunca falhou à chamada. Nem mesmo na representação dos seus conterrâneos nos órgãos de poder local. O actual mandato que cumpre na Assembleia de Freguesia de Pias, é o terceiro do militante como eleito da CDU. Além de tudo isto, ainda relata que sempre esteve embrenhado na vida associativa local.

«Nunca me inscrevi porque sempre me senti militante», afirma. Foi apenas há dois anos que finalmente concretizou a sua «militância de longa data», resultado de uma reflexão que o fez perceber que toda a força dada ao Partido não era demais.

 



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