A «modernidade» das Tecnológicas
O conjunto de gigantes tecnológicas, Twitter e Amazon, em Novembro, e Google, Microsoft, Meta – Facebook, Instagram, Whatsapp –, já este ano, despediram 84 mil trabalhadores. Mas são muitos mais, juntando as empresas em outsourcing e nos países do bloco imperialista e os trabalhadores individuais, que abundam neste «far west» em expansão violenta e sem lei. São números brutais em linha com a hipótese de 400 milhões de desempregados em 2030.
As causas da «dispensa de colaboradores» são a competição pelos lucros (que têm crescido menos) e dividendos (cuja distribuição tem aumentado), a concentração capitalista (sempre), as perdas em bolsa (na especulação de «futuros»), o avanço da exploração (salários a baixar, há muitos anos em Portugal!), e a «modernidade» tecnológica (automação, robotização, «inteligência artificial/ IA»), com a «lógica» expulsão de trabalhadores por «inaptidão».
Esta é a realidade dos grupos económico-tecnológicos, em que a «IA» é apresentada tão só como revolução científico-tecnológica de impactos positivos, sem referir o desemprego ou toda a perversão imposta pela propriedade capitalista, que tudo comanda: desde logo, em todas as «redes sociais» USA, com a «IA», isto é, os dados e critérios inseridos para «decisão automatizada», a impor a censura e o «pensamento único», apagando 70 mil vídeos do YouTube por não apoiarem a guerra da NATO e centenas de contas do Facebook de amigos de Cuba, proibindo as «redes sociais» da China, fabricando o Russiagate nos USA, resultados eleitorais à sua medida e fake news da CIA; ou por «contágio», como diz o branqueamento da política de direita, empurrando o desemprego e a regressão de direitos nos média, que já utilizam a «IA» nas suas opiniões (que não são notícias!) – no Expresso, Observador, Correio Manhã, Público, etc. – diz a ChatGPT; ou avançando com procedimentos administrativos, designadamente nas funções públicas de soberania, como a Justiça, onde a «IA» é uma ferramenta que não garante o rigor da decisão judicial e pode conflituar com a Constituição e a Lei.
As grandes tecnológicas são um travão ao desenvolvimento e uma ameaça à democracia – uma boa razão para avançar para o seu controlo democrático e um novo sistema social, o socialismo.