Segundo a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO), esta paragem põe «cada vez mais em causa» o prazo de conclusão do projecto de reabilitação deste eixo ferroviário, até 31 de Dezembro de 2023.

«A Infraestruturas de Portugal (IP), SA e o Governo têm sido manifestamente incapazes de cumprir o que planificam», acusa a CPDLO, recordando que a IP chegou a informar do retomar das obras no início de Novembro de 2022, no troço entre Meleças e Torres Vedras, «o que facilmente se pode constatar que não correspondia à verdade».

De acordo com o programa Ferrovia 2020, a modernização da Linha do Oeste, de Meleças às Caldas da Rainha, deveria ter ocorrido entre Dezembro de 2017 e Junho de 2020, contudo, entre Meleças e Torres Vedras só se iniciaram em Novembro de 2020, ou seja, cinco meses depois do prazo dado para a conclusão da obra. «Ainda que seja uma realidade que as obras entre Torres Vedras e Caldas da Rainha estão agora em bom ritmo, tal facto não basta para que fiquemos descansados, já que a ausência de obras a Sul de Torres Vedras compromete a conclusão integral da obra», salienta a Comissão.

Atrasos
«Sem ver a luz do dia» continua, igualmente, a apresentação do plano de modernização e electrificação do troço Caldas da Rainha – Louriçal, da Linha do Oeste, cuja temporalidade de execução, segundo o PNI 2030, deveria ir de 2021 a 2025, o que contraria o que está contido no mesmo Plano quanto às «fases de um empreendimento ferroviário».

«Naquele documento, entre estudos e obra, decorrem mais ou menos sete anos. O arranque desta segunda fase de modernização e electrificação da Linha do Oeste é imperioso para dar coerência na circulação de comboios neste eixo ferroviário, quer no sentido de Coimbra, quer no da Figueira da Foz», esclarece a Comissão. A este plano está agora associado o processo de ligação com a linha de alta velocidade, em Leiria.