Supressões e atrasos infernizam vida dos utentes
Depois de as Organizações Representativas dos Trabalhadores da Transtejo e Soflusa terem sido ouvidas na passada semana, para ontem estava previsto a ida do ministro do Ambiente e Acção Climática à comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação para prestar esclarecimentos sobre a situação no serviço público de transporte fluvial na ligação entre as duas margens do Tejo.
Em causa está a degradação da qualidade do serviço prestado devido aos contínuos atrasos e cancelamentos na ligação Barreiro-Lisboa, que prejudicam gravemente o quotidiano de milhares de utentes.
Foi este o motivo, aliás, que levou o PCP a solicitar aquelas audições em requerimento, aprovado em 25 de Janeiro último, onde refere que na Transtejo, só entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro de 2022, foram suprimidas 3250 carreiras por motivo de inoperacionalidade dos navios e cerca de 1750 carreiras devido à carência de trabalhadores. Na Soflusa, por seu lado, foram suprimidas 1200 carreiras, devido à inoperacionalidade de navios e 2800 carreiras devido à falta de trabalhadores.
Como salienta o deputado Bruno Dias no texto onde requereu as audições, não só caem por terra os discursos do Governo sobre «sustentabilidade ambiental», sobre «descarbonização nos transportes», como fica patente a «hipocrisia política de quem aposta na propaganda mas deixa ao abandono os utentes e os trabalhadores dos transportes públicos».