Arranca em Évora o Roteiro da Ciência e Tecnologia
O Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, visitou o Laboratório das Energias Renováveis da Universidade Évora, dando início ao Roteiro da Ciência e Tecnologia, que o Partido leva a cabo nos próximos meses.
O PCP defende estabilidade e carreiras para os investigadores
Paulo Raimundo foi recebido, terça-feira à tarde, no Pólo da Mitra da Universidade de Évora (UÉ), onde funciona o laboratório. Esperavam-no membros da equipa de investigação, cabendo a Pedro Horta fazer a apresentação da actividade ali realizada: o laboratório, referiu, faz parte de uma infra-estrutura nacional de investigação em energia solar/concentração, um projecto coordenado pela UE, que possui um pólo em Lisboa, o LNEC. Integra ainda o Roteiro Nacional de Infra-estruturas de Investigação.
Ali são desenvolvidas competências e capacidades tecnológicas focadas sobretudo na energia solar, procurando perceber-se de que modo as tecnologias de conversão da radiação solar podem produzir soluções para a sociedade quanto à descarbonização de diferentes sectores de actividade. Para aquele responsável, o armazenamento de energia é, hoje, a grande questão. Está ali instalada uma central termoeléctrica, um investimento superior a 20 milhões de euros, que trabalha com radiação solar, utilizando sais fluidos para a transformar em calor, com resultados inovadores.
O Secretário-geral do Partido, que acompanhou de perto a apresentação, colocou diversas questões sobre a procura de produtos desta investigação por operadores externos, o que acontece de forma crescente. No final, agradeceu a disponibilidade da UE para esta visita, que contribuiu para conhecer as potencialidades existentes no âmbito da política de ciência e tecnologia que está a ser implementada no País.
Paulo Raimundo referiu ainda a importância de se ter iniciado ali o Roteiro da Ciência e Tecnologia que o PCP está a realizar, procurando valorizar o seu papel na investigação, conhecimento e saber, mas também a sua aplicação na vida de cada um e lugar que ocupa no projecto de desenvolvimento que o Partido propõe. O Secretário-geral comunista defendeu a valorização de quem trabalha em ciência, garantindo a sua estabilidade, reconhecendo as carreiras e aumentando os salários. Reafirmou ainda a exigência de mais investimento para que exista efectivamente uma política de ciência e tecnologia que permita investigar hoje para criar as condições para o desenvolvimento futuro.
Pólos de desenvolvimento
Antes, o dirigente comunista passou pela Reitoria, no Colégio do Espírito Santo, onde cumprimentou a Universidade de Évora, na pessoa do vice-reitor, João Nabais. Destacou, na ocasião, a importância destas instituições para o desenvolvimento, a produção de conhecimento, a criação de novas tecnologias e a fixação de investigadores, garantindo as suas condições de trabalho.
João Nabais, acompanhado por outros docentes, manifestou o agrado em receber esta visita e referiu a disponibilidade da Universidade de Évora (UE) em contribuir com a informação que dispõe e partilhar as actividades e experiências que tem em curso. Adiantou que a UE, com cerca de 9.000 alunos, tem um corpo estável para a docência o que não se verifica no domínio da investigação, onde há problemas de financiamento que dificultam segurar o corpo de investigação, havendo saídas de investigadores, alguns para o estrangeiro. A Universidade conta com cerca de 120 investigadores contratados, em várias modalidades, e 120 bolseiros de investigação.