Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários realiza-se em Cuba

O 22.º En­contro In­ter­na­ci­onal de Par­tidos Co­mu­nistas e Ope­rá­rios (EIPCO), re­a­li­zado em Cuba de 27 a 29 de Ou­tubro, cons­ti­tuiu, para o PCP, um im­por­tante con­tri­buto para o re­tomar deste pro­cesso e de afir­mação da ne­ces­si­dade do for­ta­le­ci­mento da «co­o­pe­ração, so­li­da­ri­e­dade re­cí­proca e uni­dade na acção».

Par­ti­ci­param no En­contro 78 par­tidos co­mu­nistas e ope­rá­rios

In­ter­vindo em nome do PCP, Pedro Guer­reiro, membro do Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral e res­pon­sável pela Secção In­ter­na­ci­onal, re­alçou que a re­a­li­zação do 22.º EIPCO em Ha­vana re­pre­sen­tava ainda uma «im­por­tante ex­pressão de so­li­da­ri­e­dade dos co­mu­nistas de todo o mundo para com Cuba e o seu povo, que, su­jeito a um cri­mi­noso blo­queio e a su­ces­sivas in­ves­tidas do im­pe­ri­a­lismo, re­siste, luta e al­cança avanços na de­fesa da sua Re­vo­lução so­ci­a­lista». Va­lo­ri­zando a «luta he­róica de Cuba e do seu povo», o PCP re­a­firmou a «firme so­li­da­ri­e­dade dos co­mu­nistas por­tu­gueses».

A de­cisão de re­a­lizar este en­contro em Cuba, aliás, foi to­mada em Lisboa, na reu­nião do Grupo de Tra­balho do EIPCO aco­lhida em Março pelo PCP.

Como o Avante! no­ti­ciou na sua úl­tima edição, par­ti­ci­param neste en­contro 78 par­tidos co­mu­nistas e ope­rá­rios, oriundos de 60 países de todos os con­ti­nentes, num total de 145 re­pre­sen­tantes. Da de­le­gação do PCP fa­ziam parte, para além de Pedro Guer­reiro, Ângelo Alves, da Co­missão Po­lí­tica e da Secção In­ter­na­ci­onal, e Cris­tina Car­doso, da Secção In­ter­na­ci­onal.

De­sen­volver a luta pela paz

Entre ou­tros as­pectos, o PCP su­bli­nhou o «muito sério e pe­ri­goso agra­va­mento» da si­tu­ação in­ter­na­ci­onal, no con­texto do «apro­fun­da­mento da crise es­tru­tural do ca­pi­ta­lismo e em re­sul­tado do in­cre­mento da in­ves­tida do im­pe­ri­a­lismo», e sa­li­entou que o im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano elevou para um «pa­tamar qua­li­ta­ti­va­mente novo e ainda mais grave» a sua es­tra­tégia de im­po­sição de do­mínio he­ge­mó­nico mun­dial, con­tando com o ali­nha­mento da NATO e da UE, au­men­tando o risco de um con­flito de grandes pro­por­ções e re­pre­sen­tando «a mais séria ameaça com que os povos do mundo se con­frontam e o ini­migo prin­cipal das forças do pro­gresso so­cial e da paz».

De­nun­ci­ando as ma­no­bras de in­ge­rência e agressão do im­pe­ri­a­lismo contra países e povos e a in­ten­si­fi­cação da sua con­fron­tação contra a Fe­de­ração Russa e a Re­pú­blica Po­pular da China, o PCP va­lo­rizou o pros­se­gui­mento da re­sis­tência e luta que têm lugar no mundo, que tra­vando-se nas mais va­ri­adas con­di­ções, adop­tando di­fe­rentes formas e apon­tando di­ver­si­fi­cados ob­jec­tivos ime­di­atos, com­provam a «exis­tência de po­ten­ci­a­li­dades para o de­sen­vol­vi­mento da luta por trans­for­ma­ções pro­gres­sistas e re­vo­lu­ci­o­ná­rias».

Um con­texto em que, para o PCP, a so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista e o de­sen­vol­vi­mento da luta pela paz, «contra o fas­cismo e a guerra, contra o alar­ga­mento da NATO e pela sua dis­so­lução», as­sumem uma par­ti­cular im­por­tância.

Pe­rigos e po­ten­ci­a­li­dades

«Cons­ci­ente dos pe­rigos, mas também das po­ten­ci­a­li­dades que a si­tu­ação in­ter­na­ci­onal com­porta», o PCP pros­segue em­pe­nhado no for­ta­le­ci­mento do mo­vi­mento co­mu­nista e re­vo­lu­ci­o­nário in­ter­na­ci­onal e no apro­fun­da­mento da sua co­o­pe­ração, so­li­da­ri­e­dade re­cí­proca e uni­dade na acção, assim como na «con­ver­gência de uma ampla frente anti-im­pe­ri­a­lista, que de­tenha a ofen­siva do im­pe­ri­a­lismo e abra ca­minho à cons­trução de uma nova ordem in­ter­na­ci­onal de paz, so­be­rania e pro­gresso so­cial».

Para o PCP, a ac­tual si­tu­ação, com todas as ame­aças e pe­rigos que com­porta, co­loca com «re­do­brada ac­tu­a­li­dade a ne­ces­si­dade de trans­for­ma­ções an­ti­mo­no­po­listas e anti-im­pe­ri­a­listas, do de­sen­vol­vi­mento de pro­cessos re­vo­lu­ci­o­ná­rios que apontem como ob­jec­tivo o so­ci­a­lismo.»

Cuba per­ma­nece de­ter­mi­nada em re­sistir e lutar

O 22.º En­contro In­ter­na­ci­onal de Par­tidos Co­mu­nistas e Ope­rá­rios foi en­cer­rado por Mi­guel Diaz-Canel Pri­meiro Se­cre­tário do Co­mité Cen­tral do Par­tido Co­mu­nista de Cuba e Pre­si­dente da Re­pú­blica de Cuba.

Va­lo­ri­zando os EIPCO como «um es­paço útil e ne­ces­sário para o in­ter­câmbio e a co­o­pe­ração», o di­ri­gente cu­bano apelou a que se aprenda com as ex­pe­ri­ên­cias e se de­sen­volva «re­la­ções trans­pa­rentes, de con­fi­ança e sin­ce­ri­dade, res­pei­tando as di­fe­renças e po­ten­ci­ando o que nos une». É isto que se exige num mo­mento mar­cado pela «forte ofen­siva do ca­pi­ta­lismo» e por uma «vi­o­lenta cam­panha an­ti­co­mu­nista», as­se­gurou.

Cuba, em par­ti­cular, en­frentou «com fir­meza e cri­a­ti­vi­dade» o cri­mi­noso blo­queio eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro im­posto pelos EUA, agra­vado du­rante a pan­demia, e não cedeu às cam­pa­nhas me­diá­ticas e sub­ver­sivas em­pe­nhadas em di­vidir o país.

Não ocul­tando di­fi­cul­dades – pró­prias, mas também e so­bre­tudo as que de­correm do blo­queio e das per­ma­nentes ame­aças do im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano –, o di­ri­gente cu­bano re­a­firmou a cer­teza de que «um mundo me­lhor é pos­sível», con­fir­mada não por quais­quer ma­nuais, mas pelo pró­prio ca­minho da cons­trução so­ci­a­lista que têm tri­lhado e pelas de­mais forças re­vo­lu­ci­o­ná­rias com quem par­ti­lham lutas e ob­jec­tivos.

Agra­de­censo as «múl­ti­plas ex­pres­sões de so­li­da­ri­e­dade» com Cuba, a sua Re­vo­lução e o seu povo, re­a­fir­madas na­quele en­contro, Mi­guel Diaz-Canel ga­rantiu que «ne­nhum obs­tá­culo será su­fi­ci­ente para en­fra­quecer a nossa de­ter­mi­nação de re­sistir, lutar e vencer! Contar com o vosso apoio nesta ba­talha es­ti­mula-nos e alenta-nos. Vocês também po­derão sempre contar com Cuba e a sua Re­vo­lução».




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