Cuba: «Mejor sin bloqueo»
Uma visita a Cuba suscita sempre sentimentos e reflexão sobre a luta daquele heróico povo e sobre a realidade da «ilha da liberdade». Uma realidade que contrariamente à propaganda imperialista não é a de um país mergulhado na pobreza, onde o seu povo passa fome, nada funciona e que parou no tempo. Não, a realidade cubana não é essa.
Aquilo que nos é possível observar é que se trata de um país que funciona, que evoluiu, e em que o essencial – saúde, alimentação, educação, trabalho, habitação, cultura – são direitos fundamentais cuja garantia para todos é a primeira e grande prioridade da Revolução e do governo. Contrariamente às campanhas imperialistas, Cuba é um país que funciona, com uma sociedade bem organizada, onde não se vê nem riqueza ostensiva nem pobreza extrema. O parque habitacional necessita e está a ser melhorado, mas ao mesmo tempo não se vislumbram favelas ou bairros de lata. Em Cuba encontramos um povo alegre e comunicativo, que gosta de falar e sabe do que fala, que diz o que pensa com liberdade, incluindo sobre os problemas e insuficiências do seu país, e que simultaneamente tem orgulho nos índices de desenvolvimento humano e de sustentabilidade ambiental, dos mais avançados da América Latina, e mesmo, em alguns aspectos, do Mundo.
Os sentimentos que trazemos de Cuba são essencialmente dois: admiração e revolta. Admiração porque encontramos um povo culto, orgulhoso da sua soberania, que consegue com muitos poucos recursos, sujeito a sucessivos contratempos como o recente furacão Ian, viver com dignidade e fazer avançar o seu País. Revolta porque estar em Cuba permite-nos sentir «na pele» os efeitos de um bloqueio ilegal e desumano, sem dúvida o maior obstáculo ao desenvolvimento e à resolução dos problemas e insuficiências que persistem.
Um bloqueio que só entre Agosto de 2021 e Fevereiro de 2022 causou perdas de 3800 milhões de dólares, que nos primeiros 14 meses da Administração Biden causou prejuízos de mais de 15 milhões de dólares por dia, que nem na pandemia da COVID foi aliviado e cuja condenação será votada hoje na Assembleia Geral da ONU pela 30.ª vez. No regresso de Cuba só nos vem à memória o slogan que vimos um pouco todo o lado: «Mejor sin bloqueo», e sabemos como ele é verdadeiro e sentido.