O Partido reagiu em nota divulgada pelo seu gabinete de imprensa às conclusões da reunião entre PS e PSD, realizada sexta-feira, 23, alegadamente para tomar uma decisão acerca do futuro aeroporto de Lisboa.

Na verdade, o que estiveram a discutir foi «o caminho para impor ao povo português a solução que melhor serve os interesses da multinacional Vinci a quem foi entregue, em 2013, a concessão das infra-estruturas aeroportuárias por 50 anos», começa por clarificar o PCP, para quem «é significativo da submissão do poder político português aos interesses do grande capital que, quem de facto determina as conclusões da reunião, nem sequer necessite de estar presente».

Ora, «as conclusões pré-anunciadas apontam para um novo adiamento da necessária resolução do problema criado pelo PSD/CDS, quando entregaram a ANA à multinacional Vinci e quando esta se recusou a avançar com a construção do NAL nos terrenos públicos do Campo de Tiro de Alcochete, como estava decidido e consensualizado. Posição que o PS caucionou e assumiu», detalha o Partido.

«É confrangedor a forma como PS e PSD encaram o processo de Avaliação Ambiental Estratégica e a escolha da entidade que a vai elaborar para impor, na prática, a opção que já escolheram sem terem coragem política para a assumir», acrescentam os comunistas portugueses, antes de criticarem a descredibilização «dos estudos já realizados, incluindo a avaliação realizada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)».

Submissos

Estes «apontavam, há muito, que a solução que melhor serve o País é a construção faseada do NAL nos terrenos públicos do Campo de Tiro de Alcochete», embora «tal não seja o que melhor serve os interesses da Vinci» e, neste contexto, «o verdadeiro problema que quer PS quer PSD se têm revelado incapazes de resolver».

«O PCP chama a atenção para o significado político da convergência entre PS e PSD que, neste caso, impõe o adiamento de investimentos estratégicos, ao mesmo tempo que se prolongam problemas e riscos». Entre estes, «os provocados pela existência de um Aeroporto no interior da cidade de Lisboa ou pela absoluta falta de espaço na Portela e os incomportáveis impactos de uma operação aeroportuária do tamanho da hoje existente».

O Partido reafirma, ainda, «a necessidade do País avançar para a construção faseada do NAL no Campo de Tiro de Alcochete, libertando, progressiva mas definitivamente, a Portela e colocando esta nova infra-estrutura – construída com recurso às avultadas receitas da actividade aeroportuária – ao serviço do desenvolvimento do País».