Venezuela e Colômbia restabelecem relações diplomáticas e de cooperação
A Venezuela e a Colômbia restabeleceram as relações diplomáticas e estão a trabalhar para retomar e reconstruir os laços políticos e económicos entre os dois países vizinhos sul-americanos. No mesmo dia, governo colombiano e ELN anunciaram o recomeço em Cuba do diálogo para a paz.
Os dois países visam assegurar a paz e a segurança
Em Caracas, no dia 11, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, designou para embaixador na Colômbia o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Félix Plasencia. O diplomata dirigia actualmente o Centro Internacional de Investimentos da Venezuela e, no passado, ocupou os cargos de ministro do Turismo e embaixador na China. Em declarações recentes, ao saudar a tomada de posse do presidente Gustavo Petro, Nicolás Maduro defendeu a reconstrução dos laços bilaterais com a Colômbia.
Em Bogotá, o novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, indicou Armando Benedetti, ex-senador, para embaixador na Venezuela, sublinhando que ele terá a responsabilidade de contribuir para a normalização das relações entre os dois países. Realçou que terá a árdua tarefa de restabelecer o quadro institucional existente durante décadas, para que os dois povos irmãos possam proteger os seus direitos, assegurar as suas liberdades e lograr que a Colômbia e a Venezuela construam riquezas para ambos os países.
Delegações da Venezuela e da Colômbia discutiram temas de interesse comum, tais como um plano de paz e segurança para toda a fronteira entre os dois países e a reabertura do intercâmbio comercial e económico ao longo da linha fronteiriça.
Recorde-se que em Fevereiro de 2019, a Venezuela tornou pública a decisão de romper relações políticas e diplomáticas com a Colômbia, face à política do governo dirigido pelo ex-presidente da Colômbia, Iván Duque (2018-2022), de agressão contra a Venezuela em conluio com os Estados Unidos da América e a extrema-direita venezuelana.
Governo da Colômbia e ELN
dialogam para a paz
O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN), grupo de guerrilha colombiano, retomaram em Havana os diálogos de paz interrompidos em 2019, anunciou em Havana o ministro dos Negócios Estrangeiros colombiano, Álvaro Leyva.
Encabeçando uma delegação do seu país, que chegou no dia 11 a Havana, para lançar as negociações de paz com representantes do ELN, Leyva agradeceu a Cuba pela hospitalidade. Disse que o seu país rejeita a qualificação, pelos EUA, de Cuba como «país patrocinador do terrorismo», com a qual Washington pretende ignorar o compromisso de Cuba com a paz na Colômbia e no mundo. «Vamos retomar os diálogos com o ELN nesta terra de paz a fim de iniciar o caminho proposto pelo presidente Gustavo Petro de alcançar a paz total», insistiu.
Cuba teve um papel fundamental como garante do processo de diálogo entre o governo colombiano de Juan Manuel Santos (2010-2018) e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP), transformado em partido político depois dos Acordo Final de Paz de Havana (2016). Em 2018, Cuba acolheu as negociações do governo de Bogotá com o ELN, iniciadas um ano antes em Quito (Equador), as quais foram suspensas pelo ex-presidente colombiano Iván Duque.
A delegação colombiana chefiada por Álvaro Leyva, que se deslocou na semana passada a Havana, integrava o alto comissário para a Paz, Danilo Rueda, e o presidente da Comissão de Paz do Senado, Iván Cepeda. Viajaram igualmente o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu; o enviado especial da Noruega, Jon Otto Brodholt; e o delegado da Conferência Episcopal Colombiana para as relações Igreja-Estado, monsenhor Héctor Fabio Henao.