Miguel Díaz-Canel agradeceu, em especial, a todos os que participaram no combate ao fogo, ao povo cubano, à Venezuela e ao México que enviaram equipas de especialistas e equipamento apropriado.

Através de uma rede social, partilhou uma ideia do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, expressa em 1967: «Haverá vitórias, haverá revezes, haverá avanços, haverá recuos; mas o nascimento de uma nova era, a vitória dos povos face à injustiça, face à exploração, face à oligarquia, face ao imperialismo (…) é inevitável».

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, manifestou gratidão a todos os que, nestes momentos difíceis, mostraram apoio solidário a Cuba. «Foram dias de heroísmo e solidariedade sem limites. Mas que ninguém tenha dúvidas, levantar-nos-emos com a mesma determinação com que se enfrentou o sinistro. Este é um povo de gigantes», escreveu.

Ao mesmo tempo, multiplicam-se por todo o mundo apelos ao fim do bloqueio a Cuba. Artistas, intelectuais, políticos, cientistas, activistas e religiosos enviaram uma carta ao presidente dos Estados Unidos da América exigindo o fim do cruel bloqueio contra Cuba e o seu povo. Entre os subscritores, figuram o intelectual Noam Chomsky, o político Jeremy Corbyn, o músico Roger Waters, a filósofa Judith Butler, o activista afro-americano Cornel West.

Significativo, também, que três congressistas norte-americanos – Jim McGovern, Gregory Meeks e Barbara Lee, membros da Câmara de Representantes – tenham instado Biden a levantar o bloqueio, lembrando que chegou o momento de dar prioridade ao compromisso humanitário, à protecção ambiental e à cooperação regional.

Deputados instam governo português
a responder com celeridade ao apelo de Cuba

Deputados da Assembleia da República, de diferentes partidos, tornaram pública a seguinte mensagem de solidariedade, subscrita no dia 12:

«As deputadas e os deputados da Assembleia da República de Portugal, signatários desta mensagem, tomaram conhecimento com profunda preocupação do incêndio deflagrado no Complexo Industrial de Matanzas no passado dia 5 de Agosto, que já causou uma morte, desaparecidos e centenas de feridos e milhares de pessoas evacuadas, e que implicou o encerramento da central termo-eléctrica Antonio Guiteras, de Matanzas, impondo restrições severas ao abastecimento eléctrico no país.

Tal situação, com as dificuldades que cria à economia cubana, torna mais premente o levantamento do bloqueio a Cuba que tem impedido o governo cubano de adquirir bens necessários, particularmente medicamentos, indispensáveis à resposta a este desastre natural e outros que a ilha tem sofrido.

Neste momento difícil, expressamos a nossa solidariedade para com as vítimas e seus familiares, com os trabalhadores e a população de Matanzas, com todos os que defendem a protecção civil da região e com todo o povo cubano e instamos o governo português a responder com celeridade ao apelo de solidariedade do governo cubano».

Subscrevem a mensagem os deputados Bruno Dias; Duarte Pacheco; Jamila Madeira; Joana Mortágua; Luís Gomes; e Tiago Brandão Rodrigues.

No Parlamento Europeu apela-se
à agilização de auxílio a Cuba

João Pimenta Lopes e Sandra Pereira, eleitos pelo Partido Comunista Português, integram o grupo de 27 deputados do Parlamento Europeu que assinam uma carta apelando à União Europeia (UE) que garanta a máxima agilização dos apoios mobilizados para ajudar Cuba a superar os impactos do desastre ocorrido em Matanzas.

Eis o teor da carta enviada à presidência do Conselho da UE e aos presidentes do Conselho Europeu (Charles Michel), da Comissão Europeia (Ursula Von der Leyen) e do Parlamento Europeu (Roberta Metsola) e ao alto representante para os Negócios Estrangeiros (Josep Borrell):

«No passado dia 5 de Agosto, um incêndio de grandes proporções deflagrou num dos supertanques do porto petrolífero de Matanzas, em Cuba.

O incêndio, foi combatido de forma abnegada, com enorme bravura e mobilizando inúmeros recursos de Cuba, além de outros meios humanos e técnicos prontamente disponibilizados por vários países.

O incêndio provocou inúmeros feridos, alguns com gravidade, que o pessoal de saúde cubano prontamente tratou, além de milhares de pessoas evacuadas das imediações do local.

Os impactos para Cuba e o seu povo, já afectados por outros desastres naturais, são significativos, especialmente se considerados no contexto do bloqueio unilateral imposto a Cuba e ao seu povo pelos Estados Unidos da América há 60 anos.

Para lá da solidariedade que tem sido amplamente expressa por diversas organizações em todo o mundo, é necessário materializar essa solidariedade com meios que respondam às necessidades que a República de Cuba já deu a conhecer à UE e aos seus Estados-membros.

No passado dia 10 de Agosto, a Comissão Europeia, por intermédio do seu comissário para a gestão de crises, Janez Lenarčič, anunciou a activação do Mecanismo Europeu de Protecção Civil. Trata-se, contudo, de um mecanismo que carece da mobilização de meios pelos Estados-membros ou outros Estados participantes.

A situação carece de apoios urgentes para a recuperação do país das consequências deste malogrado evento.

Cuba tem sido solidária com o mundo, incluindo com vários países europeus durante a luta contra a pandemia de Covid-19. Chegou a hora de ser solidário com Cuba.

Assim, os deputados do Parlamento Europeu abaixo-assinados apelam:

– que, após a activação do Mecanismo Europeu de Protecção Civil para o apoio à República de Cuba, se garanta a máxima agilização dos apoios mobilizados pelos Estados-membros;

– que possam desenvolver acções junto dos Estados-membros para que a expressão de solidariedade com Cuba através daquele mecanismo seja alargada, respondendo à lista de necessidades enviada por aquele país;

– que possam considerar outras possibilidades de apoios que a UE possa rapidamente mobilizar para responder às necessidades imediatas e sequentes, que este dramático acontecimento impõe ao povo cubano.

Apelam ainda:

– a um claro posicionamento político visando o levantamento do bloqueio unilateral imposto há 60 anos pelos EUA a Cuba».

Subscrevem a carta os deputados no PE João Pimenta Lopes, Sandra Pereira, Manu Pineda, Marc Tarabella, Pernando Barrena, Smeriglio Massimiliano, Kateřina Konečná, Sira Rego, Clare Daly, Mick Wallace, Idoia Villanueva, Pietro Bartolo, Andrea Cozzolino, Alessandra Moretti, Pina Picierno, Brando Benifei, Camilla Laureti, Giuliano Pisapia, Franco Roberti, Ernest Urtasun, Giorgos Georgiou, Konstantinos Arvanitis, Eugenia Rodríguez Palop, Elena Kountoura, Özlem Demirel, Chris MacManus e Marc Botenga.