Os baldios são património dos povos serranos

Sob o lema «Os agrupamentos de baldios e o futuro da gestão comunitária», no dia 23 de Julho a Aula Magna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro recebeu a VII Conferência Nacional dos Baldios.

«Pouco quiseram aprender com as tragédias de 2017»

A Conferência contou com a participação de 380 representantes de órgãos gestores de baldios, diversas entidades oficiais e vários especialistas na questão da floresta, economia e sociologia. O PCP fez-se representar por Agostinho Lopes, da Comissão Central de Controlo e da Comissão para os Assuntos Económicos, Gonçalo Oliveira e João Frazão, ambos da Comissão Política do Comité Central. João Dias, deputado do PCP que integra a Comissão de Agricultura da Assembleia da República, representou esta Comissão na Conferência.

A sessão de abertura arrancou com as intervenções do Presidente da República (em vídeo), do presidente da Câmara de Vila Real e da directora do Norte do ICNF.

Ainda neste período, Armando Carvalho, presidente da Federação Nacional dos Baldios (BALADI) notou a «ausência de qualquer membro do Governo» na Conferência, o que é «revelador da importância que este sector tem nas suas agendas», referindo-se depois ao tema dos incêndios: «O que está a acontecer neste ano de 2022 mostra que pouco quiseram aprender com as tragédias de 2017 em Pedrogão e nas beiras», acusou.

Os trabalhos prosseguiram com a discussão dos temas «Novos modelos de gestão: “agrupamentos de baldios”», «O regime florestal: uma questão a resolver» e «Energias e novas economias em território comunitário». Tendo como particular destaque o notável trabalho realizado pelos agrupamentos de baldios, sob a direcção da BALADI, a favor dos povos e da floresta, as alterações climáticas, a desertificação do interior e a falta de investimento públicos nestes territórios foram matérias em debate, tal como os entraves ao desenvolvimento da floresta comunitária, nomeadamente o Regime Florestal, para além das economias verdes e das novas dinâmicas que se esperam no futuro próximo, como o desenvolvimento de projectos fotovoltaicos, serviços ecossistemas, mercado de carbono, entre outros.

Momento importante foi a homenagem aos povos dos baldios. «Trabalharam abnegadamente para que este quinhão comunitário permanecesse com a forma específica da propriedade comunitária, para que toda a sociedade interiorizasse que os baldios não são propriedade privada, nem propriedade pública, mas sim uma propriedade dos que moram num lugar, numa aldeia, ou numa freguesia gerida em comum por todos», lê-se no texto da Direcção da BALADI.

 



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