«Cuba sim! Bloqueio não!» ouviu-se em Lisboa e no Porto

A solidariedade com Cuba, pelo fim do bloqueio e a ingerência externa e pelo seu direito ao desenvolvimento soberano, fez-se ouvir em Lisboa e no Porto, respectivamente nos dias 14 e 18: «Cuba Vencerá» foi a certeza que dali emanou.

Há mais de 60 anos que os EUA tentam derrotar a Revolução cubana

Em Lisboa realizou-se uma concentração na Praça do Rossio ao final da tarde de quinta-feira, 14. Largas dezenas de pessoas, muitas delas jovens, empunharam faixas e cartazes e entoaram palavras de ordem de solidariedade com a ilha socialista: «Cuba vencerá! Fim ao bloqueio já!» foi uma delas, revelando por um lado a convicção plena de que a Revolução cubana continuará a resistir e a avançar face a todas as adversidades e, por outro, aquele que é o principal obstáculo ao desenvolvimento pleno das imensas capacidades do país.

Ainda sobre o bloqueio, duas pancartas diziam o que se impunha: «138 biliões de dólares de danos à economia cubana», lia-se numa delas, enquanto noutra se lembrava os «30 votos de condenação na Assembleia-geral da ONU», votos esmagadores, acrescente-se, com os EUA acompanhados apenas por Israel e um ou outro «aliado» de ocasião («criado» talvez fosse expressão mais adequada).

Entre várias expressões de solidariedade com Cuba e o seu povo, realçava-se a constatação – evidente até por aquela iniciativa – de que «Cuba não está só». E lembrou-se que essa solidariedade é recíproca, não só pelo exemplo de resistência que todos os dias renova, como pela acção internacionalista das brigadas médicas que reforçam serviços de saúde em vários pontos do mundo e acorrem em situações de emergência, como tragédias naturais ou epidemias – como o Ébola ou a COVID-19. Num cartaz, aliás, fazia-se o (extraordinário) balanço desta acção: «400 mil médicos cubanos serviram em 164 países.» O PCP marcou presença na acção.

Guerra e «maus exemplos»
Tal como nas intervenções proferidas na concentração de Lisboa, por parte da Associação de Amizade Portugal-Cuba e do CPPC, também na sessão pública do Porto, realizada no dia 18 nas instalações da Universidade Popular, se denunciou as recentes manobras dos EUA para desestabilizar Cuba: as 243 medidas acrescentadas pela administração Trump ao bloqueio, e mantidas pela actual, de Joe Biden; as campanhas mediáticas; a promoção do caos social e, se possível, da violência, como sucedeu há cerca de um ano. Que se somam a décadas de terrorismo, guerra biológica, tentativas de assassinato de dirigentes e invasão mercenária.

Regressados à agenda mediática estiveram por esses dias os acontecimentos de 11 de Julho de 2021, apresentados como espontâneos mas com evidentes e comprovadas ligações aos centros de ingerência dos EUA. Aliás, e isto também foi lembrado em ambas as iniciativas, só nos últimos anos as agências norte-americanas USAID e NED gastaram qualquer coisa como 249 milhões de dólares na desestabilização de Cuba.

Mas a participação popular nos acontecimentos de 11 de Julho de 2021 não foi significativa, ao contrário da resposta das forças revolucionárias, que encheram as ruas das principais cidades em defesa da sua soberania e em apoio à sua Revolução: que os média se tenham esquecido de o mostrar só revela até onde vai a operação mediática contra Cuba.

Todas estas formas de guerra não convencional contra Cuba pretendem atingir aquele que é há mais de seis décadas um objectivo central do imperialismo norte-americano: destruir a Revolução cubana e as suas conquistas, recuperar o controlo sobre a ilha e acabar com o mau exemplo que constitui para outros países, da América Latina e não só.


Revolução e internacionalismo

  • Mais de 400 mil profissionais de saúde cubanos cumpriram missões de solidariedade em 164 países

  • Actualmente, 36 mil médicos e enfermeiros prestam serviço em 66 países

  • No âmbito da Operação Milagre, receberam cirurgias oftalmológicas cerca de três milhões de pessoas em 35 países

  • Na Escola Latino-Americana de Cuba formaram-se 29 mil médicos de 105 países

  • Dez milhões e 600 mil adultos e jovens, de 30 países, foram alfabetizados com o método cubano Sim, eu posso



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