China e Rússia opõem-se na ONU a mais sanções contra Pyongyang

A China e a Rússia opuseram-se na ONU à aplicação de sanções contra a República Popular Democrática da Coreia (RPDC), quando os países ocidentais se esforçam por estabelecer mais medidas desse tipo.

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, Pequim e Moscovo vetaram, a 27 de Maio, um projecto de resolução apresentado pelos EUA com o objectivo de impor novas medidas restritivas contra o país asiático.

De acordo com o representante da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, as sanções adicionais não ajudariam a responder à situação actual e só criariam mais confrontações ou tensão. Mais medidas coercivas complicariam as possibilidades de avançar em temas como a desnuclearização e significariam um castigo para a população norte-coreana, num momento em que se verifica um surto de COVID-19 naquele país, sublinhou.

Do seu lado, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, assegurou que a «linha dura» do governo norte-americano destruiu por completo os progressos positivos registados em anos anteriores com a RPDC. Segundo o diplomata russo, reforçar a pressão com sanções a Pyongyang não só é inútil, como é extremamente perigoso do ponto de vista humanitário.

Em resposta aos últimos ensaios com mísseis da RPDC, os EUA propuseram no Conselho de Segurança um projecto de resolução visando endurecer as sanções aos navios que desempenhem um papel no programa nuclear norte-coreano. O documento foi apresentado apenas umas horas depois de o presidente Joseph Biden ter concluído uma viagem à Coreia do Sul e ao Japão para alinhar esses países com a sua política para a região, que coloca como objectivo a contenção e o isolamento da China Recorde-se as ameaças de intervenção militar dos EUA em Taiwan, proferidas pelo presidente norte-americano durante esta sua deslocação.

Washington anunciou há uns dois meses que procuraria endurecer as sanções contra a RPDC e tentou, sem êxito, convencer a China e a Rússia a fazê-lo.

Tanto a delegação chinesa nas Nações Unidas, como a russa, consideram que as sanções não são a resposta adequada e responsabilizam os EUA pela situação actual.

Pequim e Moscovo apostam em reduzir as sanções para reconhecer os gestos de aproximação que a RPDC fez nos últimos anos, durante os quais chegou a manter negociações com a administração norte-americana, então dirigida pelo presidente Donald Trump (2017-2021).

Embora a RPDC tenha abandonado durante algum tempo os ensaios armamentistas, retomou-os face à falta de avanços no diálogo com os EUA, que não conseguiu resultados concretos, e que permanece congelado, face às promessas reiteradamente referidas pelos EUA. Pyongyang qualifica a sua estratégia de dissuasão nuclear como um direito à legítima defesa.

As sanções actualmente em vigor contra o país incluem limitações ao acesso a produtos petrolíferos e vetos às exportações de vários sectores.

Entretanto, o recém-eleito presidente da República da Coreia (Coreia do Sul), Yoon Suk-yeol, proferiu declarações que elevam o tom contra a RPDC, o que representa um sinal de mudança política nas relações das autoridades da República da Coreia com o vizinho.




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