Luzia Machado Castelhano foi uma construtora de Abril

Luzia Machado Castelhano faleceu no dia 19 de Maio, com 88 anos. Natural de Vale de Vargos, Serpa, a operária agrícola participou, a partir dos anos 50 [do século passado], nas lutas reivindicativas da sua aldeia e tornou-se militante do PCP em 1954. Dois anos mais tarde (1956) mergulhou na clandestinidade como funcionária, assegurando casas do Partido em Lisboa e no Porto.

Após a Revolução de Abril estabeleceu-se com os seus quatro filhos na Buraca, freguesia da Amadora, tendo desenvolvido uma importante actividade no Movimento Democrático de Mulheres (MDM), integrando o seu Conselho Nacional até 1989.

Na última homenagem a Luzia Castelhano estiveram membros do MDM e, em representação do PCP, Fernanda Mateus e Ricardo Costa, da Comissão Política, e Luísa Araújo, da Comissão Central de Controlo, bem como outros quadros com quem Luzia Machado teve trabalho directo nas suas tarefas, entre os quais Domingo Abrantes e Conceição Matos, que acompanharam a sua família – filhos, noras, netos e sobrinhas. O PCP enviou à família da Luzia Machado uma nota de condolências.

«O seu percurso de vida é exemplar e heróico. Foi inteiramente dedicado à causa da liberdade, da democracia, da justiça, dos direitos das mulheres e da paz», destacou Sandra Benfica, dirigente do MDM. Como recordou, «foi no PCP»que Luzia«encontrou a expressão da luta pela felicidade do nosso povo e desenvolvimento do nosso País»; no MDM «assumiu responsabilidades e nele verteu a mesma coragem, abnegação e amor».

Esta «lutadora e resistente antifascista» foi, durante a sua vida, «mulher militante de causas maiores, símbolo de tantas outras mulheres anónimas que, de Norte a Sul do País, lutaram por melhores condições de vida, por melhores salários, pela liberdade e por um País democrático», continuou a descrever Sandra Benfica, que, em nome de todos, concluiu: «Luzia, pela vida que semeaste entre nós, pelo que inscreveste na nossa alma, não te esqueceremos. Somos-te gratas. E asseguramos-te, amiga, que recusaremos a mordaça e usaremos a voz; recusaremos a algema e ergueremos o punho; recusaremos o conformismo e saltaremos sempre com a luta. Até sempre».




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