Proteger as crianças valorizar os pais
Não basta proclamar a intenção de promover a natalidade e a melhoria das condições de vida das crianças e jovens. São precisas medidas eficazes nesse sentido, insiste o PCP.
O empobrecimento das crianças decorre do empobrecimento dos pais
Esta foi uma ideia-chave que emergiu da visita que anteontem de manhã Jerónimo de Sousa realizou ao Instituto de Apoio à Criança, na qual se fez acompanhar por Margarida Botelho, do Secretariado do PCP, e Ana Sofia, da Direcção da Organização Regional de Lisboa.
Valorizando muito o papel e trabalho que a instituição leva a cabo há anos, o Secretário-geral do Partido deu conta do agravamento da situação que lhe foi transmitido pela direcção do IPC, cujos meios são escassos face às solicitações e necessidades a que tem de responder.
O dirigente comunista destacou, igualmente, que é evidente que o défice demográfico que hoje existe em Portugal resulta da hesitação de muitos jovens em ter filhos. A precariedade dos vínculos laborais, a compressão de direitos e os baixos rendimentos que auferem, são desmotivadores da intenção de alargar a família. Por isso lamentou a recusa reiterada do Governo em valorizar os salários.
Mais a mais, salientou ainda Jerónimo de Sousa, tendo em conta a inflação que aí está, a «comer os aumentos previstos» e a perspectivar que estes «vão ficar cada vez mais curtos para fazer face à vida».
Além de criticar o executivo do PS por não atacar o empobrecimento das crianças e jovens que decorre do empobrecimento dos respectivos pais, o Secretário-geral do PCP acusou também o Governo de, no quadro do Orçamento do Estado, reconhecer a gratuitidade das creches mas não a materializar em toda a sua plenitude, já que, insistiu, falta acolher e dinamizar uma rede pública capaz de concretizar a medida que teve como proponente o PCP.