Mulheres no trabalho abrem caminho para o Partido

As duas novas militantes, com quem o Avante! falou esta semana, tomaram a decisão de aderir ao Partido depois de se terem confrontado com graves injustiças no trabalho, em sectores com predominância de mulheres.

O grave assédio moral por parte do patronato, no caso da primeira, e o vínculo precário e falta de valorização, no caso da segunda, foram o bastante para que estas duas mulheres de Santa Maria da Feira encontrassem razões de sobra para juntarem forças ao partido que não arreda pé dos trabalhadores portugueses.

Cerca de 80 por cento das empresas da transformação corticeira situam-se na antiga sub-região do Entre Douro e Vouga, de onde é natural Cristina. «Vivo em Lourosa, tenho 51 anos e sou alimentadora e recebedora na área da cortiça», apresentou-se. A sua história ficou conhecida no País. A resistência de Cristina à perseguição e ao assédio moral de que foi vítima e a disputa judicial com a empresa que a tentou despedir por várias vezes fazem parte de uma história de coragem, firmeza e determinação.

Cristina nunca desistiu de lutar pelo posto de trabalho que era seu e, desde a primeira hora, o PCP foi o «único partido que esteve sempre presente».

«Duas pessoas do Partido foram ter comigo à empresa. Na hora de sair do trabalho, estavam lá à minha espera. Perguntaram-me se eu era a Cristina e se eu precisava de alguma coisa, porque estavam a par do que me estava a acontecer», conta. «Perguntaram também se eu não me importava que lá fossem, noutro dia, para entregar panfletos sobre o que se estava a passar», acrescentou.

Apesar de algum receio inicial, a partir desse dia Cristina manteve sempre o contacto com o PCP. «Estiveram sempre presentes e ajudaram-me muito», afirmou.

No princípio deste ano, aceitou o convite para se inscrever no Partido. Desde então, apesar de estar de baixa médica, participa em tudo o que pode. Nas últimas eleições legislativas foi candidata da CDU à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Aveiro.

Às pessoas que possam estar na situação em que ela já esteve, Cristina aconselha que nunca desistam de lutar pelo trabalho com direitos e que votem sempre na CDU, pois, como diz, o «PCP é o único partido que defende o trabalho, os postos de trabalho e os trabalhadores».

Maria, médica de 35 anos, conta uma história ligeiramente diferente. Foi colocada em Lisboa, onde ainda trabalhou meio ano, durante a fase inicial da pandemia, Mas, com um filho de três anos tinha de voltar para Santa Maria da Feira e não teve outra opção senão desvincular-se do SNS.

Já de volta ao Norte, foi-lhe proposto um «contrato COVID» que aceitou. «Só que era um contrato de extrema precariedade, com renovação de três em três meses», relata. Ao final do segundo período, o contrato não lhe foi renovado.

«Não era como se não fossem necessários médicos, mas foi uma opção de gestão do SNS que me deixou revoltada, até porque estávamos a fazer um trabalho extremamente importante. Senti-me completamente descartável», contou.

«Sugeriram-me falar com uma camarada daqui e desde então tenho procurado saber mais e participar em tudo o que posso», disse. Em Novembro de 2021 inscreveu-se no PCP.



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