Reclusos não podem ficar sem assistência nocturna
A falta de profissionais de saúde nos estabelecimentos prisionais está a deixar os reclusos sem qualquer assistência no período nocturno, caso do Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC), nota o PCP.
Na base do problema está o estrangulamento financeiro do sector
A situação denunciada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses é sublinhada pela Organização Regional de Coimbra do PCP como deixando «a descoberto a falta de trabalhadores, designadamente enfermeiros e médicos nestes estabelecimentos, e as dificuldades agravadas pela pandemia».
Na base do problema está «o estrangulamento financeiro [do sector]», acrescenta o Partido, que salienta, ainda, que a situação se repete «no Centro Educativo dos Olivais, sob a alçada da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais», onde a «gritante a falta de trabalhadores provoca uma enorme sobrecarga e uma constante mobilidade entre vários locais de trabalho (com jovens infectados e não infectados)», colocando em causa a saúde de todos os envolvidos.
Acresce a «clara escassez de equipamentos de protecção individual, essenciais nos dias que correm», nota ainda a OR de Coimbra, que, além da «resposta de fundo que o PCP tem vindo a reivindicar com um financiamento adequado da DGRSP», reclama «uma resposta imediata que solucione a falta de assistência clínica aos reclusos do EPC», bem como o necessário reforço «de meios e de trabalhadores no Centro Educativos dos Olivais».
Antes do PCP, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses denunciou que em Coimbra, no período nocturno, os reclusos se encontram sem qualquer vigilância clínica, situação semelhante ao que sucede noutros estabelecimentos prisionais, como Pinheiro da Cruz.
«A baixa dotação de postos de trabalho de enfermeiros no mapa de pessoal é mais evidente neste contexto e impeditivo de que os reclusos diagnosticados com Covid-19 fiquem em segurança até serem transferidos para as unidades de internamento do Porto e de Caxias, ainda que também estes já se encontrem sobrelotados», alerta igualmente o SEP, para quem «é urgente que a DGRSP desbloqueie a contratação de mais enfermeiros» e proceda à vinculação definitiva daqueles que se encontram com vínculos precários, o que, de resto, o sindicato afirma que tem vindo a reivindicar com insistência há cerca de dois anos junto da tutela.