Saltar para a linha da frente quando tudo convida a recuar

«O Comité Central do PCP, valorizando os passos dados para o reforço do Partido, aponta a necessidade de prosseguir e intensificar esse trabalho, designadamente: (...) no recrutamento e integração de novos militantes, concretizando as potencialidades que têm vindo a crescer; no reforço da organização e intervenção nas empresas e locais de trabalho, (…); no fortalecimento das organizações locais; no trabalho junto de camadas e sectores sociais específicos (...)»

Comunicado do Comité Central de 21 e 22 de Março de 2021

 

Quando o Comité Central do PCP reiterou «a necessidade de prosseguir e intensificar» o trabalho de reforço do Partido, entre outros aspectos, «no recrutamento e integração de novos militantes, concretizando as potencialidades que têm vindo a crescer», Rosa e Vera ou ainda não tinham aderido formalmente ao grande colectivo comunista ou tinham-no feito muito recentemente. O envolvimento destas no Partido decorreu, portanto, enquadrado por aquele apelo.

Mas não é menos relevante assinalar que a audácia de ambas encontrou um Partido onde quem chega encontra espaço para expressar o seu percurso e experiência, desenvolver a sua intervenção, fundindo-as com as de milhares de outros, já com muitos anos de militância, contribuindo, assim, para uma nova identidade criadora, uma força permanentemente renovada de transformação social.

Rosa é operária fabril em Ponte de Lima. O PCP nunca lhe foi distante. Pelo contrário, mais do que viver paredes meias com o Partido, este esteve sempre dentro de casa dos seus pais. Através do seu pai, mais concretamente, militante há longos anos que «não falava de outra coisa», conta com um sorriso ainda meio envergonhado entre camaradas.

A semente sempre lá esteve, portanto. Rosa nunca duvidou que foi e é o PCP quem «defende os trabalhadores e lhes dá voz». Porém, a militância brotou no quadro da ofensiva que o grande capital moveu à boleia da epidemia e, além de já integrar a célula comunista na empresa onde trabalha, dá o que pode igualmente na organização concelhia.

A mesma organização concelhia de Ponte de Lima onde milita Vera, educadora de infância, de 38 anos, habituada a combates duros – no Judo, onde foi campeã nacional, e no sistema de ensino, socavado pela política de direita, acusa.

Sempre se identificou com valores e causas de esquerda. A precariedade laboral levou-a a escolas num punhado de distritos do continente, mas foi o actual contexto que a impulsionou decisivamente para aderir ao PCP. «A epidemia destapou todos os problemas e ainda deixou ver o que seria se tudo, da Educação à Saúde, estivesse nas mãos dos privados, das multinacionais», explicou Vera, de olhos bem abertos, com a determinação de quem, se pudesse, deitava já o capitalismo ao tapete com um Ushiro Goshi.

Com Rosa e Vera falámos pouco antes da apresentação da lista de candidatos da CDU pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo. E sendo uma e outra candidatas, confirma-se que se nenhuma teve pejo em saltar para a linha da frente, este é o Partido sem medo de confiar naqueles que agora assumem papel na luta de classes, organizando-se, não apenas mas também porque reconhece que o fazem quando tudo o que a burguesia domina convida a recuar.




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