Pois, pois, recuperação sustentável...

Manuel Rodrigues

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em dados divulgados no passado dia 30 de Novembro, prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresça 4,8% este ano e 5,8% em 2023. De acordo com estas previsões, Portugal seria mesmo o País de maior crescimento económico de entre todos os que integram esta organização.

Portanto, de acordo com as previsões avançadas, em 2022, há crescimento económico. O que prova que a não aprovação do OE para 2022, além de não obrigar à dissolução da AR e à convocação de eleições antecipadas, não desencadeia o caos sobre a nossa economia, como insinuaram PS, PSD, CDS (e sucedâneos) e tantos outros verborreicos arautos da ideologia dominante sempre prontos a defender os sacrossantos interesses do grande capital. Tentam dessa forma responsabilizar o PCP pela alegada crise política provocada, segundo os seus iluminados pensamentos, por «mesquinhos» interesses partidários.

Ora, uma tal situação impõe também como forte contributo para o desenvolvimento e a criação de emprego, o aumento geral dos salários, incluindo do Salário Mínimo Nacional.

Ou seja, a vida dá razão ao PCP. Há condições para o aumento dos salários. Só que o problema que impede o aumento dos salários não é de natureza económica. É de natureza política. Tem a ver com a submissão às imposições da UE, ao capital monopolista e aos critérios do euro. Como se vê exactamente neste caso, quando, perante esta previsão, a OCDE logo adverte que é preciso prevenir o aumento rápido do SMN e o aumento abrupto dos custos do despedimento em Portugal; que é preciso evitar reverter reformas no mercado de trabalho.

Diz ainda a OCDE que é para não comprometer uma «recuperação sustentável». Pois, pois, «recuperação sustentável»... Velho eufemismo com que se mascara a política de direita para quem a riqueza produzida não é para distribuir por quem a produz, deve ir inteirinha para os bolsos do grande capital.

É o capitalismo a funcionar «no seu melhor». E, perante ele, para os trabalhadores, só há uma solução: lutar, intervir, transformar. E, nessa luta, usar o voto para reforçar a CDU, força decisiva ao seu lado todos os dias.




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