A quem interessa a precariedade laboral?

Manuel Rodrigues

O PCP apresentou na Assembleia da República um projecto de lei que visava combater a precariedade laboral.

Com este projecto, o PCP pretendia que fossem reconhecidos os contratos de trabalho, pondo fim aos contratos a prazo ou temporários; impedir que trabalhadores sejam sujeitos à chantagem e incerteza do período experimental de 180 dias ou dos contratos de muito curta duração e que as empresas possam despedir e contratar a seu bel-prazer.

O PCP apresentou este projecto de lei em coerência com os seus compromissos de sempre com os trabalhadores e o povo e com a sua proposta de política alternativa patriótica e de esquerda, que tem na valorização do trabalho e dos trabalhadores um dos seus eixos centrais.

Este projecto de lei foi votado na passada sexta-feira. Mas não foi aprovado porque o PS não quis. Depois de em Junho ter dado os seus votos para a sua aprovação na generalidade, decidiu agora votar em sentido contrário na votação final juntando os seus votos aos do PSD, CDS, IL e Chega, contribuindo assim para o chumbo das soluções avançadas pelo PCP para resolver esse verdadeiro flagelo social que é a precariedade.

O projecto foi chumbado, mas, para o PCP e para os trabalhadores, a luta continua. E, como também nesta votação ficou evidente, se é certo que só pela luta os trabalhadores conseguirão as respostas para os seus problemas e para os problemas do País, não é menos certo que o desenvolvimento da luta – factor que será sempre decisivo – requer o reforço orgânico do PCP e eleitoral da CDU.

Afinal, com as suas atitudes, quem é que está mesmo a querer abrir as portas à direita?...




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