Com confiança e determinação por um Portugal com futuro

Rui Fernandes (Membro da Comissão Política)

Vivemos tempos que nos convocam a enfrentar o peso do negativismo desenvolvido pela ideologia dominante, usando os meios ao seu dispor, visando a desistência, o conformismo e a resignação. Inserido nesta dinâmica, há quem não se coíba de usar a epidemia para agigantar medos.

A questão decisiva do reforço do Partido ganha particular relevo

Por outro lado, assiste-se à operação de branqueamento de responsabilidades por parte do PSD, à ressuscitação da estafada conversa do candidato a primeiro-ministro e às conhecidas dissertações sobre as virtudes do bloco central, o tal que, década após década, pelas mãos de PS e PSD foi acentuando e acrescentando vulnerabilidades ao País.

As muitas e diversificadas acções que têm vindo a ter lugar em várias empresas e sectores revelam as muitas potencialidades da luta consequente dos trabalhadores e a sua imensa capacidade de resistência e acção reivindicativa pela melhoria de salários e direitos, contra prepotências. Potencialidades que reforçadamente, no tempo presente, convivem com uma crescente teia de manobras visando pôr em causa essa mesma luta e resistência, minar a sua unidade, fazer regredir direitos, incluindo no plano político.

É neste quadro que os comunistas portugueses, com os pés assentes no seu património de análise, luta e ligação aos trabalhadores e ao povo, prosseguem a sua acção, articulando as diferentes respostas para que estamos convocados e onde assume primazia, no plano mais imediato, tudo o que respeita à realização das eleições legislativas. Ao vasto conjunto de plenários, reuniões e convívios que têm vindo a ser realizados dever-se-à adicionar uma ampla acção de contactos mais finos, prosseguindo o mesmo objectivo de esclarecer e informar, de fazer de cada militante, de cada activista, um esclarecedor para o voto na CDU – porque é o voto na CDU a garantia mais sólida que os trabalhadores e o povo têm ao seu dispor para avançar, porque é o voto na força decisiva que estará todos os dias ao lado dos que menos têm e menos podem.

A força da coerência

Prosseguimos coerentes com os princípios e valores que estiveram na origem deste grande Partido e que têm norteado a sua acção ao longo de 100 anos de vida e de luta, continuando firmes nas nossas convicções e objectivos, olhando para a vida com confiança e alegria na luta.

Prosseguimos reforçando a organização, trazendo mais militantes, mas também ombreando com muitos que, não sendo do Partido, connosco estão nas lutas em defesa e capacitação do SNS, pelo aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional, por melhores transportes, por escolas requalificadas e capacitadas, por mais justos apoios sociais, pelo direito à habitação, por uma justiça mais célere e acessível aos cidadãos, por forças e serviços de segurança dignificados e capacitados ao serviço dos cidadãos, entre tantos outros exemplos.

Avancemos para as eleições de cabeça levantada e com uma acção audaz. Uma acção que não se conformando com constrangimentos, deve contorná-los, tendo presente os objectivos que se colocam, dando amplitude ao vasto património de propostas de que somos portadores ao carácter diferenciador das mesmas.

Num contexto de ventos hostis ao progresso social que fustigam os povos e que fazem do PCP, no plano nacional, o seu alvo privilegiado – pela sua história, o seu projecto de futuro, as suas características e identidade, que se constituem em instrumentos essenciais na luta pela ruptura e pela afirmação da política patriótica e de esquerda de que somos portadores –, a questão decisiva do reforço do Partido nos seus diversos planos, da sua ligação às massas, do seu papel dinamizador da luta e do esclarecimento ganha particular relevo.

Vamos à luta! Vamos fazer convergir ainda mais o lema Ao teu lado todos os dias com a acção prática.




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