Lutas firmes nos transportes passam a greves totais

Pe­rante a in­tran­si­gência das ad­mi­nis­tra­ções, os tra­ba­lha­dores da ro­do­viária Pró­ximo, em Faro, e do Me­tro­po­li­tano de Lisboa de­ci­diram elevar a luta e au­mentar os pe­ríodos de greve nestes dias.

As ad­mi­nis­tra­ções podem dar passos para re­solver os di­fe­rendos

Os tra­ba­lha­dores do Me­tro­po­li­tano de Lisboa «têm de­mons­trado ine­qui­vo­ca­mente a sua von­tade de lutar por me­lhores con­di­ções de vida e tra­balho», afirmam o STRUP e a Co­missão In­ter­sin­dical na em­presa, num co­mu­ni­cado de an­te­ontem, dia 2.

A greve de 24 horas, que de­corre hoje, dia 4, «não acon­tece por “ca­pricho” dos tra­ba­lha­dores, mas por falta de von­tade po­lí­tica do Go­verno, que se en­contra to­tal­mente em fun­ções, bem como do con­selho de ad­mi­nis­tração, que não as­sume a pro­posta que apre­sentou nas pri­meiras reu­niões de ne­go­ci­ação do pro­cesso que se re­porta a 2021», sa­li­enta a es­tru­tura da Fec­trans/​CGTP-IN no Metro, re­a­fir­mando que «quer a tu­tela quer o CA, se o qui­serem, estão ainda a tempo de re­solver este di­fe­rendo».

No co­mu­ni­cado aos tra­ba­lha­dores são lem­brados os mo­tivos que le­varam às pa­ra­li­sa­ções par­ciais de 28 de Ou­tubro e 2 de No­vembro e à greve de hoje: re­jeição do con­ge­la­mento sa­la­rial; vi­gência do AE; falta de efec­tivos em pra­ti­ca­mente todas as ca­te­go­rias ope­ra­ci­o­nais; não cum­pri­mento dos acordos fir­mados em 2019, com as che­fias da tracção e mo­vi­mento; obri­ga­to­ri­e­dade de que em cada es­tação es­teja no mí­nimo um agente do Metro.

Além de não res­ponder a estas si­tu­a­ções, a ad­mi­nis­tração vai en­tre­gando tra­ba­lhos ao ex­te­rior e con­tra­tando téc­nicos su­pe­ri­ores, quando podia re­clas­si­ficar tra­ba­lha­dores do quadro, que se foram va­lo­ri­zando aca­de­mi­ca­mente, de­fende-se no do­cu­mento.

Os tra­ba­lha­dores da PXM (Pró­ximo, Trans­portes Ur­banos de Faro) ini­ci­aram an­te­ontem, com muito forte adesão, uma greve de quatro dias. Nessa manhã, no ex­te­rior da Gare Ro­do­viária de Faro, o STRUP re­a­lizou um ple­nário de tra­ba­lha­dores desta em­presa, no qual par­ti­ci­param igual­mente tra­ba­lha­dores da EVA, que também per­tence ao Grupo Bar­ra­queiro.

João Pi­menta Lopes, de­pu­tado do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu, ouviu os tra­ba­lha­dores e re­a­firmou a so­li­da­ri­e­dade do Par­tido com esta luta.

O co­or­de­nador re­gi­onal do sin­di­cato disse à agência Lusa que a greve «dura até sexta-feira, caso a ad­mi­nis­tração não queira ne­go­ciar». Se assim for, amanhã «vamos de­cidir novas formas de luta», adi­antou Paulo Afonso.

Com os sa­lá­rios pra­ti­ca­mente ao nível do mí­nimo na­ci­onal, os tra­ba­lha­dores in­sistem na exi­gência de au­mento da re­mu­ne­ração-base para 750 euros. Re­clamam ainda a re­dução do tempo de des­canso (não re­mu­ne­rado) para o má­ximo de duas horas e a in­te­gração total no sa­lário do «sub­sídio de agente único».

No ple­nário, como re­fere uma nota da Fec­trans, abordou-se igual­mente «a de­fesa dos postos de tra­balho, no quadro dos novos con­cursos de con­cessão, as res­postas aos cas­tigos das em­presas, assim como as con­di­ções de tra­balho».

 

Jor­nada nos CTT

«Por sa­lá­rios justos e dignos, pela ad­missão de tra­ba­lha­dores efec­tivos, pela al­te­ração do mo­delo or­ga­ni­za­ci­onal em todos os sec­tores da em­presa, por um ser­viço postal com qua­li­dade as­se­gu­rado pelo Es­tado por­tu­guês, contra o as­sédio e per­se­guição aos tra­ba­lha­dores», os sin­di­catos com re­pre­sen­tação nos CTT con­vo­caram, para 19 de No­vembro, greve geral e uma ma­ni­fes­tação na­ci­onal em Lisboa.

Num co­mu­ni­cado con­junto, emi­tido a 28 de Ou­tubro, SNTCT, SITIC, Sin­qua­dros, Sinttav e Fentcop ape­laram à luta «contra a des­truição dos CTT, que está a ser le­vada a cabo por esta ad­mi­nis­tração; contra a de­te­ri­o­ração do ser­viço postal; pelo au­mento dos postos de tra­balho que é facto fun­da­mental para prestar um ser­viço de qua­li­dade; pelo au­mento dos sa­lá­rios e pela ma­nu­tenção dos di­reitos».

 



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