Esclarecer! Ouvir! Convencer!

Armindo Miranda (Membro da Comissão Política)

Faltam exactamente 30 dias para a realização das eleições autárquicas. O trabalho já realizado, embora fortemente condicionado pela epidemia, é grande e muito importante para um bom resultado eleitoral no dia 26 de Setembro.

«Está ao nosso alcance um bom resultado eleitoral»

Foram milhares os contactos realizados para a construção das listas e, como sucedeu em 2017, em que participaram 12 mil independentes, também nestas eleições são muitos os homens e mulheres que, conhecendo o Trabalho, a Honestidade e a Competência dos eleitos e candidatos da CDU nos órgãos autárquicos, a sua generosidade e entrega desinteressada à resolução dos problemas das populações, decidiram dar um passo em frente e integrar as listas da CDU, que assim continuará a ser o grande espaço de convergência democrática.

A apresentação pública dos candidatos em todo o País, em que estão a participar muitos milhares de portugueses, está de forma geral a induzir a confiança necessária para alargar e aprofundar o contacto directo com as populações e os trabalhadores e realizar a grande campanha de massas de que tanto precisamos para o resultado eleitoral e o futuro da luta. O nosso Congresso foi claro e concreto em relação ao tipo de trabalho a realizar por todo o Partido: «Vir para a rua, para a conversa directa, cara a cara, com a população. E sem impaciências ou sobranceria, ouvir, mesmo que sejam críticas ao nosso trabalho, esclarecer e aprender com o povo, ouvindo de forma atenta, partindo sempre do principio de que, mesmo com as pessoas mais modestas, nós aprendemos sempre e ficamos a conhecer realidades que nos vão ajudar nas decisões a tomar.»

 

Responder aos problemas

Sendo eleições autárquicas, naturalmente que os argumentos para esclarecer e convencer de que o voto certo é na CDU devem ser centrados nas propostas que apresentamos para responder aos problemas das populações em cada concelho, freguesia ou localidade.

Mas é importante referir, de acordo com cada realidade, que votar na CDU é também dar mais força àqueles que consideram como muito importante haver um aumento geral de salários, a começar pelo salário mínimo nacional para 850 euros, como forma de valorização do trabalho e dos trabalhadores e de ajuda no combate à pobreza. Aos que defendem outra política, patriótica e de esquerda, que aumente a produção nacional e coloque Portugal a produzir para substituir importações por produção nacional, criando assim centenas de milhares de postos de trabalho. Àqueles que insistem, como fez o PCP dia 30 de Junho na Assembleia da República, em propostas para alterar as leis laborais a favor de quem trabalha, a saber: recuperação dos 25 dias de férias roubados aos trabalhadores pelo governo do PSD/CDS; alargar as 35 horas semanais a todos os trabalhadores; dar combate aos despedimentos e nomeadamente aos despedimentos colectivos, forma cada mais usada pelo grande capital para despedir.

Em todas estas propostas, os deputados do PS juntaram os seus votos aos do PSD e a toda a direita para as chumbar. O PS, mais uma vez, optou por ficar ao lado dos interesses de classe do grande capital, ignorando os interesses e a vida dos trabalhadores, que beneficiariam muito com a aprovação das propostas do PCP.

 

Alargar o esclarecimento

Foi aprovada para ser discutida na especialidade outra proposta do Partido, sobre a precariedade nas relações de trabalho, nomeadamente que seja posto fim aos 180 dias de período experimental. Por isso é tão importante que, nos 30 dias que ainda faltam para as eleições, alarguemos – todos, candidatos e não candidatos – o esclarecimento e o convencimento de que o voto certo a 26 de Setembro é na CDU.

Para bem das populações e da luta dos trabalhadores, está ao nosso alcance um bom resultado eleitoral. Trabalhemos então para isso com determinação e muita confiança!




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