Condições para os médicos de família

«O Governo não garante condições para fixar médicos de família no SNS», protestou a Federação Nacional dos Médicos, no dia 16, segunda-feira, depois de conhecidos os resultados do concurso nacional para a contratação de médicos de família recém-especialistas.

Para 459 vagas, apresentaram-se 447 candidatos, mas mais de 130 acabaram por desistir. A FNAM assinala que «cerca de 200 mil utentes ficaram impossibilitados de ter médico de família», notando que «a situação é particularmente preocupante a sul do País», porque «nem metade das 230 vagas foram preenchidas» na região de Lisboa e Vale do Tejo, e essa taxa ficou abaixo dos 60 por cento no Alentejo e no Algarve.

A pouca afluência de candidatos «não é exclusiva deste concurso, tendo vindo a repetir-se nos concursos anteriores». A FNAM afirma que «a responsabilidade é do Governo, que insiste em não apoiar devidamente o SNS e os seus médicos de família, completamente assoberbados com listas de utentes sobredimensionadas, num contexto em que é necessário conciliar o acompanhamento habitual aos seus utentes com a recuperação da actividade que não se realizou em 2020 e 2021, o atendimento e rastreio de casos suspeitos de COVID-19 nas Áreas Dedicadas a Doentes Respiratórios e o apoio nos centros de vacinação».

Devem ser retomadas as negociações do Governo com os sindicatos médicos, «de maneira a respeitar o trabalho dos médicos e a saúde dos seus utentes», e «é preciso investir directamente em condições de trabalho adequadas», exige a federação, alertando que, a não ser assim, «continuaremos a assistir a esta lamentável perda de profissionais, formados no SNS e altamente qualificados».

 



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