Nos seus 100 anos de luta e de vida, o PCP e os seus militantes têm inúmeras razões para se orgulharem verdadeiramente da nossa capacidade de luta, trabalho e organização. Este momento, em que concluímos uma fase importantíssima da batalha das eleições autárquicas, em condições particularmente difíceis, é mais um desses momentos. É também aqui que temos uma dimensão palpável da nossa força, do nosso enraizamento no povo, da capacidade da nossa organização, da ligação às massas e à vida da nossa Organização e da sua determinação em travar todas as batalhas que nos são colocadas.

A CDU acaba de confirmar candidaturas a todas as Câmaras e Assembleias Municipais do Continente e da Região Autónoma da Madeira e a 16 dos 19 Municípios da Região Autónoma dos Açores. 1635 é o impressionante número de freguesias onde os portugueses encontrarão no seu boletim de voto o símbolo e a designação da Coligação Democrática Unitária.

São mais de 40.000 os homens, mulheres e jovens que assumiram a responsabilidade de serem os candidatos da CDU. Uma muito significativa parte deles são pessoas sem filiação partidária, e em inúmeros municípios são eles que assumem as mais altas responsabilidades nas listas da CDU. Fica assim provado pela prática que a CDU é, além da única grande força de esquerda no Poder Local, o mais coerente, constante e verdadeiro espaço progressista de unidade e participação política.

É sempre difícil, se não impossível, quantificar a Democracia, mas isso não nos impede de afirmar que as eleições autárquicas são uma “Festa da Democracia” tão mais importante quanto se destina a eleger os órgãos de poder político mais próximos das populações, dos seus anseios e aspirações. Naturalmente que as motivações das pessoas que se envolvem nas eleições autárquicas são muito diferentes, em vários casos até diametralmente opostas das nossas, como é o caso dos que assumem candidaturas de forças que não convivem bem com a Democracia e com a natureza política do Poder Local Democrático, ou ainda forças que enchendo a boca com a defesa do Poder Local tudo fazem para o descaracterizar.

É por isso que é justo afirmar que os cerca de 40.000 candidatos da CDU não são candidatos iguais aos outros. São na sua esmagadora maioria gente simples, que vem do povo e que está na política para servir o povo e não para se servir a si. Gente que independentemente da sua formação conhecem como a palma da mão os territórios onde vivem e os anseios e preocupações das populações. Gente que defende um poder local colegial que privilegia o diálogo democrático, que se articula e enriquece com a participação das populações, do movimento associativo e de outras forças sociais, e que deve estar sujeito a um escrutínio próximo e constante das populações.

Aquilo que conseguimos nesta primeira fase da batalha das autárquicas deve-nos encher de orgulho. O nosso Partido já ganhou muito. Conhecemos agora melhor muitas realidades locais, contactámos com dezenas de milhar de pessoas, aprofundámos o trabalho unitário que temos sempre e sempre de fazer. As bases estão lançadas para uma grande campanha eleitoral, de massas e de esclarecimento, para bons resultados eleitorais, e tão ou mais importante que tudo isso, para o reforço do nosso Partido, da sua organização e da sua ligação às massas. Com Orgulho, vamos ao Trabalho!