Chile: trabalhadores aprovam greve na maior mina de cobre do mundo
Por esmagadora maioria, os trabalhadores de Escondida, no Chile, a maior mina de cobre do planeta, aprovaram no dia 1 entrar em greve, depois de rejeitarem a oferta de contrato colectivo apresentado pela empresa.
A paralisação foi apoiada por 2164 trabalhadores, 99,5% do total dos membros do sindicato mais representativo dessa importante mina, explorada pela transnacional australiana BHP Billiton, que detém uma participação accionista de 57,5%.
O sindicato mineiro emitiu um comunicado em que destaca que a votação demonstra uma vez mais «a alta consciência sindical» das bases, que souberam avaliar que a oferta patronal «não contém nenhum avanço nas legítimas exigências dos trabalhadores». Pelo contrário, tal proposta «baseia-se na extensão das jornadas de trabalho, no aumento das exigências operacionais e na afectação de trabalhadores doentes, entre outros aspectos prejudiciais», acrescenta.
Do seu lado, a direcção da empresa anunciou que pedirá a mediação obrigatória no conflito laboral de representantes governamentais. A partir do momento em que se confirme a intervenção da Direcção do Trabalho, as duas partes terão cinco dias úteis para prosseguir as conversações e chegar a acordo.
O sindicato tem insistido que a empresa deve discutir as principais exigências dos trabalhadores, tais como o desenvolvimento profissional e o estabelecimento de compensações na base dos resultados obtidos. Além disso, considera totalmente justa a proposta de distribuir entre todos os trabalhadores um por cento dos ganhos entregues aos investidores estrangeiros, até porque os mineiros mostraram um enorme compromisso para que Escondida tenha continuado a laborar sem parar durante a pandemia de COVID-19.
Já em 2017 os trabalhadores de Escondida, situada na região chilena de Antofagasta, realizaram uma greve que se prolongou por um mês e meio. Agora, asseguram que estão preparados para uma paralisação ainda mais prolongada, caso seja necessário.