Faleceu, aos 93 anos de idade, Raul Martins da Costa, informou, dia 20, o Secretariado do Comité Central do PCP, numa nota em que manifesta «profunda mágoa e tristeza» pelo desaparecimento do «resistente antifascista e militante comunista, e transmite à sua companheira, filhos e restante família as suas sentidas condolências».

Raul Costa «foi membro do MUD-Juvenil, tendo sido preso em 1952 numa acção de propaganda do apelo para “Um Pacto de Paz”. Passou pelas cadeias de Caxias e Aljube. Foi libertado em 1953».

«Membro do PCP desde 1958, ingressou na clandestinidade com a sua companheira de sempre, a Maria Júlia, para se dedicarem inteiramente à luta do povo contra o fascismo. A sua vida clandestina começou por assegurar “pontos de apoio” para o trabalho de organização», mas «a partir de meados da década de 60 do século passado passou a ter tarefas nas tipografias clandestinas», detalha-se no texto.

«Raul Costa e a sua companheira compuseram e imprimiram, até ao 25 de Abril de 1974, o Avante!, O Militante, A Terra e O Têxtil, em tipografias no Norte do País e na Região de Lisboa. Compuseram e imprimiram (assim como noutras tipografias clandestinas) o último Avante! clandestino», lembra ainda o Secretariado do Partido, antes de precisar que Raul Costa, assumiu, depois do 25 de Abril de 1974, «várias tarefas e responsabilidades, sempre com a mesma dedicação e empenho quaisquer que elas fossem, mantendo sempre a responsabilidade de preservação e manutenção dos materiais da imprensa clandestina, estando sempre presente na sua apresentação na Festa do Avante!».

«Com uma vida de entrega ao Partido, ao seu ideal e projecto, Raul Costa é um exemplo para todos quantos lutam pela Democracia, o Socialismo e o Comunismo», conclui-se.