Partilha de dados, negócios & NSA
O envio pela CMLisboa dos dados de promotores da «manifestação» de Janeiro aos serviços da Embaixada da Federação Russa é grave e injustificável (embora constassem no facebook), mas só persiste na agenda para provocação à Rússia e anticomunismo dos media e das classes dominantes. Esta partilha de dados deve ser erradicada de vez, em todos os casos, mesmo para os USA que os obtém do SIRP, e a verdade é que são um mero grão de areia na imensidão de dados roubados a milhões de utilizadores em Portugal.
No «capitalismo da vigilância» as empresas «digital-global» controlam cada vez mais dados, mercados e comportamentos, como ficou claro em 2018 com 97 milhões de utilizadores do Facebook usados na manipulação de eleições nos USA.
À dimensão deste País, alguns factos recentes – em Março confirmou-se que dados de 2,4 milhões de portugueses «desviados do Facebook» circulam na dark net, para qualquer utilização; em Abril o INEstatística, por decisão da CNProtecção de Dados, suspendeu o envio de dados do Censos 2021 para a empresa USA-Cloudflare, onde eram tratados, tinham respondido 6,5 milhões; em Junho soube-se que os sites do SNSaúde e de serviços do Estado usavam cookies com que a Google acedia aos perfis de utilizadores para fins comerciais, a ferramenta foi suspensa, os lesados podem chegar a 10 milhões; está em fase de arranque o registo de dados de 1000 milhões de passageiros de avião/ano na UE (Portugal 55 milhões), ficam nos servidores de negócios e dos serviços de Informações. Este é um negócio de grandes lucros ao serviço da espionagem dos USA.
A coordenação de toda a espionagem dos USA, dos países anglófonos, da NATO e de outros aliados pertence à NSA, com cem mil agentes no mundo, tecnologias e meios descomunais, têm acesso a milhares de milhões de comunicações, em todas as plataformas, em rede com a Google, o Facebook, etc. no controlo da Internet em quase todo o mundo. Com o MI6 e Serviços de Informações como os da Dinamarca, ou o SIRP, mais o Collection Service (CIA+NSA) de cada embaixada USA, espiam o «inimigo», os nacionais e os amigos (Merkel, Macron, o Papa). Como provou Snowden, «estamos todos na mira da NSA, não para prevenir o terrorismo mas para eternizar o domínio» imperialista.
É impreterível a denúncia e o combate.