PCP e Igreja de acordo na resposta à epidemia
O PCP valoriza a convergência com a Igreja «na preocupação com o agravamento da situação económica e social que afecta cada vez mais os trabalhadores – explorados, despedidos, com vínculo precário, imigrantes».
Igreja e PCP concordam na prioridade de vacinar, testar e reforçar o SNS
A convergência estende-se à situação que se vive nas «micro, pequenas e médias empresas, actividades culturais, desportivas, sociais e associativas e na defesa da urgência de o Estado apoiar devidamente estes sectores», bem como na implementação de «uma resposta à situação sanitária sustentada na ciência e focada na prioridade à vacinação de toda a população, que se impõe acelerar, na promoção da testagem em massa e da prevenção sistemática da epidemia e na valorização, defesa e melhoria da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde».
Em nota de imprensa divulgada dia 24, após um encontro realizado, a pedido do PCP, entre uma delegação integrada pelo Secretário-geral, Jerónimo de Sousa, Armindo Miranda, da Comissão Política, e Carlos Gonçalves, da Comissão Central de Controlo, e o Presidente da Conferência Episcopal e Bispo de Setúbal, José Ornelas, o Partido sublinhou igual concordância de posições quanto à «proposta de medidas justas e prementes de dinamização e apoio à retoma da economia e à produção nacional, com uma grande centralidade na defesa dos trabalhadores, dos seus salários e direitos, das prestações e apoios sociais, que têm de ser garantidos e valorizados, na salvaguarda das populações e dos seus interesses e direitos».
O Partido explica, além do mais, que «solicitou este encontro, o primeiro após o Bispo José Ornelas ter assumido a presidência da Conferência Episcopal, no quadro das relações institucionais que de há décadas mantém com a Igreja Católica, com o objectivo de aprofundar o diálogo e reflexão sobre os grandes problemas que preocupam os trabalhadores e as populações e de estudar contributos e propostas, no plano nacional e distrital, para caminhos convergentes de mais justiça, desenvolvimento e progresso social para o presente e o futuro do País».
No texto, o PCP também «valoriza a sua relação com a Igreja Católica e os católicos e releva a importância da sua persistência», lembrando, ainda, que «conta com muitos católicos nas suas fileiras e intervém em convergência com cristãos e outros crentes na vida política e social. O Partido acrescentou ainda que «formulou nos anos quarenta do século XX as suas orientações de princípio nesta matéria e na relação com a Igreja Católica e outras organizações religiosas, na base dos interesses de classe, da luta contra o fascismo e, depois de Abril, pela construção e defesa do regime democrático».
Daí a consideração de que «a troca de opiniões registada no encontro, muito mais que naturais diferenças de abordagem, revelou uma grande proximidade de posições e de intervenção com o Presidente da Conferência Episcopal Católica relativamente a problemas da maior relevância e actualidade na situação nacional».