Estatuto não valoriza trabalho na Cultura

O Es­ta­tuto dos Pro­fis­si­o­nais da Área da Cul­tura pro­posto pelo Go­verno, cuja con­sulta pú­blica ter­minou dia 17 e que sus­citou «um amplo con­junto de crí­ticas dos tra­ba­lha­dores, dos sin­di­catos e das as­so­ci­a­ções», «não so­lu­ciona os pro­blemas que se prendem com a na­tu­reza e ca­rac­te­rís­ticas do tra­balho de­sem­pe­nhado, a ti­po­logia dos con­tratos e dos vín­culos a que os tra­ba­lha­dores das artes e da cul­tura estão su­jeitos», con­si­dera o PCP.

Em nota de im­prensa, o Par­tido su­blinha, também, que o di­ploma não res­ponde a ques­tões como «os sa­lá­rios e ca­chês baixos e ir­re­gu­lares, o não re­co­nhe­ci­mento para efeitos de re­mu­ne­ração de com­po­nentes de muito do tra­balho (como o es­tudo, pes­quisa, cri­ação, entre ou­tras), a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios de tra­balho, a ins­ta­bi­li­dade da car­reira con­tri­bu­tiva e o acesso e mon­tante das pres­ta­ções so­ciais».

«Apesar da pro­posta do Go­verno poder ainda vir a ser al­te­rada, a ver­dade é que es­tru­tu­ral­mente com­porta uma visão em que a pre­ca­ri­e­dade é man­tida e nor­ma­li­zada, em que con­tinua a ser mais van­ta­joso para quem con­trata re­correr a re­cibos verdes, em que o equi­lí­brio da Se­gu­rança So­cial pode ser com­pro­me­tido por via da cons­ti­tuição de um fundo au­tó­nomo sem ga­ran­tias de auto-sus­ten­ta­bi­li­dade e em que são in­cluídas normas mais gra­vosas do que as que existem no Có­digo do Tra­balho», re­alça ainda o PCP, que in­siste que «a va­lo­ri­zação dos tra­ba­lha­dores e do tra­balho nas artes e na cul­tura exige o re­co­nhe­ci­mento da exis­tência de di­reitos, de con­tratos de tra­balho, de sa­lá­rios dignos, da cri­ação de con­di­ções para que os tra­ba­lha­dores possam ser in­te­grados e manter-se no sis­tema de Se­gu­rança So­cial».

O Par­tido ga­rante, por isso, que «vai in­tervir, dentro e fora da As­sem­bleia da Re­pú­blica, no sen­tido de con­cre­tizar as suas pro­postas em de­fesa da dig­ni­dade do tra­balho na cul­tura, para va­lo­rizar a cul­tura en­quanto pilar da de­mo­cracia e factor de­ci­sivo de de­sen­vol­vi­mento e pro­gresso».



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