Política de domínio e confrontação
É de grande importância a solidariedade com os povos
O périplo do presidente dos EUA, Joe Biden, às cimeiras do G7, da NATO e com a União Europeia, que incluiu a realização de diversos encontros bilaterais, comprovou a continuidade, e mesmo a intensificação, de eixos essenciais da política externa levada a cabo pela Administração Trump, por parte da actual Administração norte-americana, com que visa manter o que designa de liderança dos EUA no mundo – realidade que não será alterada por uma qualquer operação de branqueamento e de recuperação da sua imagem.
Tentando secundarizar contradições, disponível para considerar eventuais compromissos com os seus aliados, a Administração Biden procura assegurar o que considera ser essencial, isto é, o alinhamento das principais potências capitalistas com a sua política de crescente confrontação contra a China e a Rússia – que, de forma diferenciada e tal como outros países, são alvo de múltiplas medidas promovidas pelos EUA, nos planos económico e militar, sustentadas em operações de manipulação e mentira visando a sua diabolização e isolamento.
É significativo que, apesar da sua imensa influência, o imperialismo norte-americano não só procure, como tenha necessidade de agregar forças e meios para tentar condicionar e obstaculizar o desenvolvimento económico e social e a emergência no plano internacional de outros países, particularmente da China – o que não deixa de evidenciar problemas e debilidades com que os EUA actualmente se confrontam.
Escamoteados em pródigos eufemismos e descaradas deturpações, os propósitos (re)afirmados pelas cimeiras do denominado G7 e da NATO anunciam, no fundamental, o prosseguimento, senão o aprofundamento, da política de pressão e chantagem, de ingerência e agressão, de sanções e bloqueios, de imposição de uma dita «ordem mundial baseada em regras» definida pelos EUA, e os seus aliados, em confronto com a Carta das Nações Unidas e o Direito Internacional.
Mergulhadas na crise e nas suas contradições, as grandes potências capitalistas procuram retomar a iniciativa perante a persistente e determinada resistência de países e povos que afirmam a sua soberania e direito ao desenvolvimento, assim como de novas dinâmicas e perspectivas que se abrem no âmbito internacional – de que é exemplo o projecto denominado «Uma faixa. Uma rota» promovido pela China.
Insistindo na manutenção do domínio hegemónico dos EUA, tentando contrariar o seu declínio relativo, a Administração Biden empenha-se em subordinar a UE e em animar a NATO como instrumento de ingerência e agressão, a par da criação e dinamização de novas alianças político-militares, nomeadamente na região do Índico e do Pacífico.
Assume uma particular gravidade o alinhamento do Governo português com os perigosos propósitos dos EUA, pois são contrários aos interesses do povo português, à defesa e afirmação da soberania e independência nacional, a uma política de paz, amizade e cooperação com todos os povos do mundo.
Perante a violenta acção do imperialismo, assumem grande importância a solidariedade com os que lhe resistem, a exigência do fim das pressões e chantagens, das ingerências e agressões, das sanções e bloqueios, e do respeito da soberania e dos direitos dos povos, da independência dos Estados, dos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional.