Cuba rejeita mentiras e manipulação da OEA
ATAQUES Com novos ataques a Cuba, a Organização dos Estados Americanos, procura instrumento de Washington para a sua política neocolonialista no continente, é usada para dificultar e paralisar uma qualquer aproximação no sentido da normalização das relações entre o país caribenho e os EUA.
Havana contra a força e a prepotência como método nas relações internacionais
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, rejeitou o que denominou um deprimente espectáculo de mentiras e manipulação da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra o seu país. Na sua conta na rede social Twitter, o chefe do Estado cubano questionou o referido organismo, «que calou os crimes dos golpistas na Bolívia, em 2019» e se mostra cego e surdo perante a violência da direita na América Latina, que tenta de novo atacar Cuba.
Díaz-Canel partilhou um artigo publicado no jornal Granma, que cataloga como «show anticubano» a recente sessão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, e acrescenta que se trata de uma tentativa de «dificultar e paralisar qualquer aproximação entre Cuba e Estados Unidos».
O texto precisa que notórios contra-revolucionários foram convocados para a audiência com o objectivo de deturpar a realidade e caluniar a nação caribenha, «no meio de um clima que favorece a força e a prepotência como método nas relações internacionais».
A «prova» boliviana
Cuba também condenou recentemente a intromissão da OEA nos assuntos internos da Bolívia, quando esse país avançou legitimamente com um processo judicial contra os responsáveis golpistas, nomeadamente a denominada ex-presidente Jeanine Áñez e dois dos seus ministros.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, qualificou de hipócritas as preocupações com os direitos humanos expressas pelo secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que, recordou, não se pronunciou quando foram reprimidos e fustigados partidários do Movimento ao Socialismo (MAS) na Bolívia.
Na semana passada, o ministro da Justiça da Bolívia, Iván Lima, anunciou que o seu governo decidiu levar a juízo Luis Almagro, pelo seu papel como facilitador do golpe de Estado perpetrado em 2019.
Um relatório emitido pela OEA sobre as eleições desse ano na Bolívia serviu de pretexto e suporte ao desencadear do golpe de Estado que depôs o presidente Evo Morales e o seu governo, que dirigiu o país andino entre 2006 e 2019 e, actualmente, lidera o MAS.