Rússia lamenta recusa de diálogo por parte dos Estados Unidos

A Rússia lamentou, na segunda-feira, 22, a recusa do presidente dos EUA, Joe Biden, em manter um diálogo directo com o seu homólogo, Vladimir Putin. «Perdeu-se outra oportunidade para romper o estancamento das relações russo-americanas por culpa de Washington», afirmou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Já o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov, assegurou no mesmo dia que a agenda de Putin não incluía um diálogo com Biden. «A parte norte-americana não se mostrou disponível para isso», disse.

Na véspera, entretanto, chegou a Moscovo o embaixador russo em Washington, Anatoli Antonov, chamado a consultas para rever as relações bilaterais, após o presidente norte-americano ter, grosseira e ofensivamente, qualificado de assassino o seu homólogo russo.

No seu convite ao diálogo, feito no dia 18, Putin sugeriu a Biden que poderiam conversar sobre as relações bilaterais, a estabilidade estratégica, a resolução dos conflitos regionais e a luta contra a COVID-19.

Em relação às palavras do presidente norte-americano, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, María Zakharova, disse a um canal de televisão de Moscovo que os EUA são culpados de conduzir as relações entre os dois países a um beco sem saída. A diplomata advertiu que a «demonização» da Rússia por parte do governo norte-americano já atingiu o limite.

Também Konstantin Kosachev, vice-presidente do Conselho da Federação (Senado), considerou «grosseiras» as palavras sobre o presidente russo do seu homólogo norte-americano. «Tais declarações são inaceitáveis em qualquer circunstância e inevitavelmente prejudicam as nossas relações bilaterais», vincou.

Pretextos para sanções

As invulgares acusações de Biden nunca utilizadas por um presidente americano face a um homólogo russo, somam-se às últimas sanções aprovadas por Washington contra Moscovo, quando ainda não se cumpriram os primeiros 100 dias da nova administração norte-americana. Algumas dessas medidas coercivas foram dirigidas contra centros de investigação e de produção industrial da Rússia, a pretexto de travar um alegado desenvolvimento e uso de armas químicas.

A este propósito, o Kremlin, através do porta-voz Dmitri Peskov, esclareceu que a Rússia cumpre plenamente as disposições da Convenção sobre Armas Químicas e acusou os EUA de, ao contrário, possuírem armas químicas no seu território.

No meio destas controvérsias, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, exigiu a todas as entidades implicadas na construção do gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha, que se retirem «imediatamente» do projecto, sob pena de enfrentar sanções de Washington.

A Rússia rejeitou as diversas acusações que os EUA têm difundido e qualificou-as de infundadas e de servirem de justificação para a imposição de mais sanções.




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