Comunistas indianos e aliados realizam comício com um milhão de pessoas em Calcutá
UNIDADE O Partido Comunista da Índia (Marxista) e aliados levaram a cabo em Calcutá, na Índia, um comício em que participaram mais de um milhão de pessoas e se realçou a importância da unidade das forças esquerda e seculares.
Frente de Esquerda constrói alternativa popular em Bengala Ocidental
O Secretário-geral do Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI(M) –, Sitaram Yechury, destacou a importância da unidade das forças de esquerda e seculares para travar os partidos de direita no poder em Bengala Ocidental e na Índia, que usam a religião para desviar as atenções das pessoas da luta para resolver os seus problemas.
O dirigente comunista discursava, no dia 28 de Fevereiro, à multidão reunida no Brigade Parade Ground, em Calcutá, a capital estadual, num comício organizado pelo PCI(M) e aliados na Frente de Esquerda. Uma estimativa «conservadora» apontou para uma participação de um milhão de pessoas na iniciativa, uma «mensagem poderosa» para os partidos que governam a Índia e o estado de Bengala Ocidental, o Bharatiya Janata Party (BJP) e o All India Trinamool Congress (TMC), respectivamente. Foi também um sinal de que é possível uma «alternativa popular» às políticas de direita.
Em Bengala Ocidental decorrem por fases as eleições para a Assembleia Legislativa, em vários dias deste mês de Março e em 29 de Abril, devendo os resultados ser conhecidos no começo de Maio.
Na sua intervenção, Sitaram Yechury afirmou que a Frente de Esquerda, que governou Bengala Ocidental ao longo de mais de 30 anos, é um adversário capaz de enfrentar o BJP e o TMC. Realçou a necessidade de derrotar o TMC nestas eleições legislativas estaduais, evitando que se volte a formar uma aliança de direita com o BJP do primeiro-ministro Narendra Modi.
O líder do PCI(M) evocou como exemplo as lutas dos agricultores, que se prolongam há mais de três meses, às portas da capital do país, Nova Delhi, frisando que também em Calcutá se pode e deve combater as políticas anti-populares de Modi.
No mega-comício de Calcutá, usou da palavra, entre outros, o secretário-geral do PCI(M) de Bengala Ocidental, Surjya Kanta Mishra – actual líder da oposição no órgão legislativo –, que garantiu que a luta continuará «pela garantia de direitos iguais para homens e mulheres de todos os sectores da sociedade e contra os ataques à expressão do pluralismo».
Greve de 80 milhões
de comerciantes
Os sindicatos de centenas de milhares de agricultores da Índia, que se opõem a três novas leis do sector agrícola, bloquearam no sábado, 6, uma importante via na periferia da capital, Nova Delhi, assinalando o 100.º dia dos seus protestos.
A coligação sindical Samyukta Kisan Morcha (Frente Unida de Agricultores) levou a cabo um corte de cinco horas na auto-estrada Kundli-Manesar-Palwal, que liga diferentes locais onde se encontram concentrados os milhares de manifestantes.
Com turbantes negros e empunhando bandeiras da mesma cor, os agricultores bloquearam a estrada para protestar contra a falta de respostas do governo às suas exigências.
Essa auto-estrada de 135 quilómetros é uma ligação de alta velocidade construída para descongestionar as vias da capital, ao reduzir o número de camiões que entram na cidade. Durante o corte da estrada, os manifestantes tomaram medidas para facilitar a passagem de ambulâncias de emergência médica.
No quadro das lutas de diversos sectores contra as políticas governamentais na Índia, cerca de 80 milhões de comerciantes, pertencentes a mais de 40 mil associações, realizaram a 26 do mês passado um dia de greve.
Os comerciantes de todo o país exigem a revisão das disposições do regime de impostos sobre bens e serviços. Querem também que o governo rectifique as disposições sobre o comércio electrónico para evitar a violação da lei por parte das empresas estrangeiras desse sector – de acordo com um comunicado da Confederação de Comerciantes de Toda a Índia, entidade que convocou a greve.