Trabalhadores da saúde no Reino Unido exigem aumento salarial justo
O governo conservador britânico enfrenta fortes pressões da parte dos sindicatos e da oposição trabalhista para que aumente o salário dos trabalhadores da saúde acima do um por centro proposto.
Quatro sindicatos do Reino Unido criticaram o aumento salarial de um por cento apresentado pelo governo para os trabalhadores da Saúde e instaram o executivo conservador a reconhecer melhor o trabalho daquele sector, nomeadamente durante a pandemia de COVID-19.
A Associação Médica Britânica, o Colégio Real de Enfermeiras, o Colégio Real de Parteiras e a central sindical Unison, em carta aberta enviada ao ministro das Finanças, Rishi Sunak recordaram ao governo do Partido Conservador, liderado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, que os trabalhadores da saúde pública foram os que «literalmente» mantiveram com vida o país ao longo do último ano.
À margem da carta assinada por estas quatro organizações laborais, a central sindical Unite ameaçou convocar uma greve dos seus afiliados no sector da saúde.
A directora executiva do Colégio Real de Enfermeiras, Donna Kinnair, indicou que o seu grémio pediu um aumento de 12,5 por cento, para compensar os anos de baixos salários e de congelamento de aumentos.
«É bom que nos aplaudam, mas necessitamos de ser capazes de poder pagar as contas», sublinhou Kinnair, após assinalar que o sector da saúde enfrenta a pandemia com um défice de pessoal – 50 mil enfermeiros a menos –, pelo que muitos reformados tiveram que reincorporar-se no trabalho.
O governo britânico assegura, do seu lado, que o aumento de um por cento é o máximo que pode «dar-se ao luxo de oferecer neste momento». Contudo, abundam comentários daqueles que contrapõem, por exemplo, a utilização de fundos multimilionários para renovar as ogivas nucleares dos mísseis Trident à justificação apresentada pelas autoridades para não aceitar uma melhoria salarial maior aos trabalhadores da saúde.