O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, saudou a devolução efectuada pelo governo de La Paz ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de um crédito de 346,7 milhões de dólares negociado pela chefe de Estado golpista Jeanine Áñez.

Morales felicitou o presidente Luis Arce por devolver o crédito, que qualificou de vexatório, oneroso e sujeito a condições, assumido pela ditadura contra os interesses do povo boliviano. E afirmou que a Bolívia é novamente livre, digna e soberana, referindo-se ao anúncio do Banco Central da Bolívia (BCB) de devolver ao FMI os 346,7 milhões de dólares, que atingiriam os 351 milhões com comissões e juros.

O BCB explicou que o crédito foi contraído irregularmente pelo governo de facto de Áñez – não foi submetido ao parlamento –, razão pela qual foi devolvido «em defesa da soberania económica do país e no respeito à Constituição do Estado». A análise feita mostrou que, além de ser irregular e oneroso pelas condições financeiras, o empréstimo implicava, por parte do FMI, uma série de imposições fiscais, financeiras, cambiais e monetárias.