À excepção do PS, que se absteve, todas as bancadas parlamentares votaram favoravelmente a recomendação do PCP ao Governo para que este valorize o Hospital Visconde de Salreu, em Estarreja. Projectos de resolução com o mesmo intuito do PEV, BE e PSD obtiveram igual aprovação.

A desencadear estas iniciativas legislativas esteve uma petição na qual os subscritores, reflectindo uma preocupação da generalidade da população quanto ao desinvestimento de quem sido alvo aquela unidade de saúde, pedem uma inflexão de caminho e a sua «reabertura».

E têm razão para o fazer, tendo em conta que aquele hospital, pela sua localização, permitiria prestar assistência a um conjunto muito significativo da população, não apenas daquele concelho mas de parte de outros limítrofes, como Murtosa, Aveiro, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis.

Em causa está o facto de o hospital, desde há vários anos, estar a ser desvalorizado, subaproveitado, como atesta o abandono de várias valências de prestação de cuidados de saúde à população, destacou o deputado comunista António Filipe. O que levou a que esta unidade de saúde não disponha hoje dos meios complementares de diagnóstico, nem de um «serviço de urgência por mais básico que seja», lamentou o parlamentar do PCP, fazendo notar que as pessoas são assim obrigadas a recorrer a unidades hospitalares de maior dimensão, nomeadamente ao Hospital de Aveiro.

A questão assume contornos mais graves se se pensar, como foi lembrado, que Estarreja é um concelho atravessado por autoestradas com grande sinistralidade rodoviária (A1 e A29) e alberga um grande parque industrial de indústria química com várias centenas de trabalhadores.

Daí que a valorização do Hospital Visconde Salreu, requalificando o edificado, dotando-o de um serviço de urgência básica e de meios complementares de diagnóstico, seja, na perspectiva do PCP, a única opção que melhor responde às necessidades da população.