Grupo de Puebla debate América Latina

MUDANÇAS O V Encontro do Grupo de Puebla, que decorreu no dia 29 de Janeiro, por vídeo-conferência, debateu as mudanças em curso na América Latina e soluções para os seus problemas.

Participaram líderes e ex-dirigentes de 17 países latino-americanos e caribenhos

Com um forte apelo a refazer a unidade da América Latina, os membros do Grupo de Puebla apresentaram na sexta-feira, 29, as bases de um Manifesto Progressista, baseado num modelo solidário, alternativo ao neoliberalismo. Participaram no encontro líderes e ex-dirigentes de 17 países, entre os quais 11 antigos chefes de Estado.

Um profundo debate marcou durante horas, de forma virtual, o V Encontro do Grupo de Puebla, onde intervieram o presidente da Argentina, Alberto Fernández e outras figuras políticas como os ex-presidentes Dilma Roussef e Lula da Silva (Brasil), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e Ernesto Samper (Colômbia) – informa a Prensa Latina.

Samper foi encarregado de apresentar as conclusões dos participantes sobre o Manifesto, uma proposta em construção na qual se procura com uma visão progressista consolidar a América Latina como zona de paz e acabar com as desigualdades a partir da «reactivação solidária da economia», entre outras medidas.

Sobre a necessidade de fortalecer a integração latino-americana, foram diversas as intervenções, mas coincidentes em temas urgentes como o acesso de todos às vacinas contra a COVID-19.

América Latina mudou

O Manifesto saído da reunião, cujo lema foi «A América Latina mudou», é proposto como uma iniciativa para procurar denominadores comuns nos sectores progressistas, referentes ao fortalecimento do Estado, ao controlo do mercado, à organização da «sociedade civil» – explicou Samper, falando sobre as conclusões do debate.

Além disso, o texto dá ênfase às propostas de vários participantes sobre o papel da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), a necessidade de estar unidos e reforçar a integração, além de não permitir a marginalização de países como Cuba e Venezuela.

Precisamente, Lula da Silva, após a sua recente viagem a Havana, agradeceu aos seus «irmãos cubanos» pelo tratamento médico que ali recebeu para recuperar da COVID-19 e insistiu no apoio das forças progressistas a Cuba e à Venezuela.

O tema dos «golpes de Estado suaves» ou a pergunta sobre quem pagará a factura social da pandemia, colocados pelo ex-presidente equatoriano Rafael Correa, marcam o documento, no qual os participantes também expressam a sua preocupação pela ausência de mecanismos adequados de cooperação internacional para o acesso às vacinas.

Depois do apelo para enfrentar os problemas que afectam a região, os membros deste espaço informal debateram o papel internacional do Grupo de Puebla, fundado em Julho de 2019, na cidade mexicana que lhe dá o nome. Samper propôs agora a criação de uma comissão de assessoria para política internacional, no quadro deste espaço, da qual façam parte os ex-ministros dos Negócios Estrangeiros que dele são membros.

 



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