Foram inviabilizados no Parlamento, pela combinação dos votos contra do PS com as abstenções de PSD, CDS e IL (o Chega esteve ausente da votação), os dois projectos de lei do PCP que visavam resolver injustiças na carreira dos enfermeiros. Debatidos na generalidade em Junho do ano passado e baixado à comissão sem votação, os dois diplomas tinham por alvo objectivos muito precisos: que todos os pontos fossem considerados para efeitos de descongelamento das carreiras; que os detentores do título de especialista pudessem transitar para a categoria de enfermeiro especialista; que fossem eliminadas as quotas para a categoria de enfermeiro especialista.

«Mais uma vez a convergência entre os partidos da política de direita impediu a valorização e a dignificação da carreira de enfermagem e dos enfermeiros», lamentou a deputada comunista Paula Santos, acusando aqueles partidos de porem um travão sempre que se trata de alcançar avanços na defesa e valorização dos direitos dos trabalhadores.

Não passam por isso de discursos bacocos e vazios os que são dirigidos por aqueles partidos com rasgados elogios aos profissionais de saúde, considerou a vice-presidente da bancada comunista, que reafirmou o compromisso do PCP de não baixar os braços pela «efectiva valorização das carreiras e remunerações dos enfermeiros e pela garantia de condições de trabalho no SNS».