Novo parlamento venezuelano será epicentro do diálogo político

A Assembleia Nacional da Venezuela, com a sua nova composição, saída das eleições legislativas de 6 de Dezembro, tem hoje entre os seus principais objectivos erigir-se como epicentro do diálogo político no país, confirmou o presidente do parlamento, Jorge Rodríguez.

Em entrevista concedida em Caracas, ao canal Globovisón, Rodríguez reiterou o apelo a todos os sectores do país para participar num amplo processo de concertação e reencontro, sem exclusões, para debater todos os temas e problemáticas de interesse para a Venezuela.

«Haverá autoexclusões por parte daqueles que querem seguir pelo caminho da violência, mas esta Assembleia Nacional procurará a participação de todos», enfatizou o responsável, destacando além disso a vontade dos deputados de ir para as ruas, serem a voz do povo e escutarem o seu clamor.

O parlamentar do Grande Pólo Patriótico – formado pela bancada do Partido Socialista Unido da Venezuela e seus aliados – assegurou que todos os temas estão sobre a mesa, para discussão entre os que quiserem participar no diálogo e olhar para o futuro do país.

No âmbito económico, o presidente da Assembleia Nacional apresentou uma proposta de aprovação de instrumentos legais para acompanhar e viabilizar a implementação da denominada Lei Anti-bloqueio, direccionada para recuperar o sector produtivo e o Estado de bem-estar social conseguido pela Revolução Bolivariana.

Rodríguez descartou que a referida lei, aprovada em finais de 2020 pela Assembleia Nacional Constituinte, venha a promover uma onda de privatizações. Ao contrário, explicou, ela procura garantir um quadro legal que contribua para a protecção da economia e permita ultrapassar as medidas coercivas impostas pelo governo dos Estados Unidos. «Não se vai para uma vaga de privatizações, apenas se procura garantir o regresso do investimento estrangeiro e nacional, impedido pelas chamadas sanções económicas, as quais ameaçam o capital que se atreva a investir na Venezuela», esclareceu o líder do parlamento. Sublinhou, além disso, que a Assembleia Nacional procurará vias de entendimento com todos os actores políticos do país.

O novo parlamento venezuelano, com 277 deputados – uma ampla maioria dos quais pertencente ao Grande Pólo Patriótico – foi empossado, no passado dia 5, para o mandato de 2021-2026. Na ocasião, Jorge Rodríguez exortou as diversas forças políticas do país a avançar num processo de reconciliação nacional, para além das diferenças ideológicas, mas sem deixar impunes as agressões promovidas pela direita no seio do parlamento ao longo da anterior legislatura.

«Não pode haver reconciliação com esquecimento», foi dito na altura, numa referência aos «desmandos» cometidos pela bancada opositora durante os últimos cinco anos, com o objectivo de derrubar a ordem democrática e constitucional.

Entretanto, logo nos primeiros dias da legislatura, o Secretário-geral e deputado do Partido Comunista da Venezuela, Oscar Figuera, propôs que a Assembleia Nacional venezuelana debata o tema dos salários e das prestações sociais dos trabalhadores do país.




Mais artigos de: Internacional

Cuba repudia nova provocação da administração dos EUA

REPÚDIO A menos de 10 dias do final do mandato, a administração Trump voltou a incluir Cuba na lista dos Estados que «patrocinam o terrorismo». O governo de Havana repudiou a medida e vários países e personalidades solidarizaram-se com Cuba.

EUA deslocaram tropas e drones militares para a Roménia

A Força Aérea dos Estados Unidos deslocou cerca de 90 militares e vários veículos aéreos não tripulados MQ-19 Reaper (drones) para uma base situada na cidade de Campia Turzii, na Roménia. Segundo um comunicado daquele ramo das forças armadas norte-americanas, datado de 5 de Janeiro, esse envio de tropas e equipamentos...

França quer tropas europeias no Sahel

O governo da França anunciou que vai «muito provavelmente» reduzir os efectivos da sua força militar Barkhane, que intervém há quase uma década em vários países do Sahel contra grupos jihadistas. No final de Dezembro e nos primeiros dias de Janeiro deste ano morreram, em duas operações militares, no Mali, mais cinco...