Trabalhadores agrícolas na Índia organizam novas manifestações
PROTESTOS Milhares de trabalhadores agrícolas continuam a manifestar-se na Índia, exigindo a revogação de leis, aprovadas recentemente, que os colocam na dependência das grandes empresas do sector.
Milhares de agricultores exigem a revogação de leis que favorecem as grandes empresas do sector
Trabalhadores agrícolas indianos que protestam nos arredores de Nova Deli anunciaram a realização de uma marcha na cidade, a 26 de Janeiro, Dia da República, se o governo continuar a recusar as suas principais exigências. Cerca de 40 organizações integradas na Frente Unida de Agricultores convocaram para essa data várias manifestações, incluindo uma marcha de tractores na capital.
O Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas de Toda a Índia convocou uma greve para os dias 7 e 8 e a organização All India Kisan Sabha, que participa nas acções nas entradas da capital, mobilizará outros milhares de agricultores.
O gabinete do primeiro-ministro Narendra Modi, de direita, nega-se a aceitar a reivindicação principal dos agricultores, relativa à suspensão de três leis para o sector agrário aprovadas em Setembro pelo parlamento indiano.
Os trabalhadores agrícolas e as suas organizações defendem que as novas disposições legais deixa-os à mercê das grandes companhias, debilitando o mecanismo de garantia mediante o qual o governo compra os produtos e ameaçando a soberania alimentar do país.
Dezenas de milhares de camponeses protestam desde Novembro e denunciam que as novas leis desmantelarão os mercados regulados e prejudicarão os seus meios de vida.
Líderes sindicais e representantes governamentais efectuaram já diversas rondas de conversações e o governo aceitou duas das quatro exigências principais – acabar com as multas pela queima do restolho das colheitas e eliminar a lei que retira os subsídios para pagar a electricidade gasta nas regas. Mas o gabinete de Modi recusa-se a revogar as leis que garantem um preço mínimo de apoio para os produtos agrícolas.