Fortunas de multimilionários do Chile aumentaram em nove meses de pandemia

Embora a crise económica e social, agravada pela pandemia de Covid-19, tenha levado à pobreza milhões de chilenos, alguns dos mais ricos do Chile aumentaram enormemente as suas fortunas ao longo destes últimos meses.

Entre esses multimilionários contam-se o presidente Sebastián Piñera e a mulher, Cecília Moreal, cuja riqueza aumentou em 11 por cento entre Março de 2020 – quando a pandemia chegou ao Chile – e Dezembro findo, passando de dois mil e 600 milhões de dólares para dois mil e 900 milhões.

Os dados publicados pela revista Forbes na sua lista anual sobre os mais ricos do planeta, recolhidos pelo diário El Financiero, de Santiago do Chile, indicam que pelo menos cinco multimilionários chilenos viram incrementadas as suas fortunas apesar da crise económica e sanitária.

Na lista, Piñera aparece em segundo lugar, sendo superado por Iris Fontbona, viúva de Andrónico Luksic Abaroa, fundador do maior grupo empresarial do Chile, que aumentou os seus rendimentos em 84,2 por cento, passando de um capital de 10 mil e 800 milhões, em Março, para 19 mil e 800 milhões, nove meses depois.

O terceiro posto destas fortunas acrescidas é ocupado por Julio Ponde Loreu, que detinha mil e 700 milhões de dólares, tendo duplicado esse capital. Este multimilionário é o principal envolvido num escândalo financeiro ocorrido no Chile, por compra e venda fraudulenta de acções entre 2008 e 2011, que continua por esclarecer.

Os outros dois nomes da lista são Roberto Angelini e Alvaro Saieh, patrões de dois dos maiores grupos económicos do Chile, que também aumentaram as suas fortunas em várias dezenas de milhões de dólares.

Imposto sobre fortunas

A Prensa Latina recorda que o Congresso chileno tem há meses em seu poder, sem o analisar, um projecto de lei apresentado por deputados de esquerda, que procura criar um imposto de 2,5 por cento sobre as grandes fortunas, por uma só vez, para ajudar as centenas de milhares de famílias atingidas pela crise económica, social e sanitária.

O imposto, que arrecadaria seis mil milhões de dólares e abarcaria apenas quem possuísse mais de 22,5 milhões de dólares, permitiria oferecer a essas famílias um rendimento básico de emergência durante vários meses.

Os promotores da iniciativa denunciam que o governo de Piñera alega que não conta com suficientes recursos para oferecer às famílias mais vulneráveis ajudas mais substanciais para as auxiliar a enfrentar a crise – embora esse imposto permitisse a La Moneda dispor de um grande fundo sem ter de recorrer ao orçamento do Estado.




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