CGTP-IN insiste em dar nas ruas expressão pública à revolta

MOBILIZAÇÃO O Conselho Nacional da CGTP-IN decidiu convocar uma semana de acção e luta em todos os sectores, saudando os milhares de trabalhadores que participaram na acção de 26 de Setembro.

As medidas do Governo são muito desequilibradas a favor do capital

O órgão dirigente da confederação reuniu-se no dia 19, quinta-feira, em Lisboa, no salão da Voz do Operário, e as suas conclusões foram apresentadas em conferência de imprensa, ao final da tarde, pela Secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, acompanhada por outros dirigentes.

A acção de luta nacional, descentralizada, que foi realizada a 26 de Setembro, teve «uma extraordinária importância», envolvendo «milhares de trabalhadores, jovens e reformados, homens e mulheres que, com muita determinação e confiança, deram expressão pública à denúncia, indignação e revolta contra opções políticas que continuam a deixar de lado a valorização do trabalho e dos trabalhadores», afirma-se na resolução intitulada «Valorizar o trabalho e os trabalhadores, Salários, emprego e direitos condições essenciais para responder às dificuldades e desenvolver o País».

A luta
vai prosseguir

No documento, o Conselho Nacional dirige uma saudação às lutas travadas desde a sua anterior reunião (10 de Setembro) e assegura que «a luta é o caminho e vai prosseguir, nos locais de trabalho e nas empresas, em torno das reivindicações concretas dos trabalhadores, com a certeza de que só assim é possível resistir à ofensiva que temos pela frente, defender e conquistar direitos, melhorar as condições de vida e de trabalho e desenvolver o País».

Enquanto «a situação dos trabalhadores e do povo continua marcada pela pandemia e pelo necessário combate à sua propagação, pelo desemprego crescente, cortes salariais, pobreza e crescentes dificuldades», «as sucessivas medidas que têm vindo a ser avançadas pelo Governo, para responder aos problemas económicos e sociais agravados pela epidemia, continuam marcadas por um profundo desequilíbrio a favor do capital».

A proposta de Orçamento do Estado para 2021 «não responde às propostas que a CGTP-IN tem apresentado», «embora contenha algumas medidas» que vão ao encontro das reivindicações, «de forma muito insuficiente».

Para a Intersindical Nacional, «o aumento dos salários em 90 euros para todos os trabalhadores, o aumento das pensões, a fixação dos 850 euros a curto prazo para o salário mínimo nacional, o combate à precariedade, a luta pelas 35 horas e contra a desregulação dos horários de trabalho, a valorização das carreiras e profissões, a exigência do cumprimento e da reposição de direitos, a revogação das normas gravosas da legislação laboral, o investimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado, a reposição da idade legal de acesso à reforma nos 65 anos» são, «entre outras», reivindicações «justas e urgentes, que dão mais força à dinâmica reivindicativa nos locais de trabalho e confirmam a importância da luta convergente».

Prosseguindo o programa de comemorações do seu cinquentenário, a central vai «aprofundar a acção sindical e a intervenção nas empresas, nos locais de trabalho e serviços» e «reforçar a acção sindical integrada, sindicalizando, elegendo delegados sindicais e representantes para a Segurança e Saúde no Trabalho, intervindo sempre, mais e melhor, na resolução dos problemas dos trabalhadores e na resposta às suas reivindicações e anseios».

Para «dar força e expressão à acção reivindicativa nos locais de trabalho, nas empresas e nos serviços», a Inter vai promover «uma semana de acção e luta em todos os sectores». Entre os dias 7 e 11 de Dezembro, vão ocorrer «plenários, concentrações, manifestações e greves, em torno das reivindicações concretas dos trabalhadores dos diversos sectores de actividade, dando expressão pública à luta em todos os distritos e regiões autónomas, exigindo resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País».

 



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