PCP exige transparência e investimento na expansão da rede de metro no Porto
TRANSPORTES A segunda fase do metro do Porto e a sua complementaridade com uma rede de metro bus moderna tem de partir dos compromissos com mais de uma década e requer fortes investimentos, defende o Partido.
AMP e autarcas da região não podem agora sacudir a água do capote
Em nota de imprensa, a Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP manifesta a sua preocupação para com a apresentação pública de «ideias, projectos e omissões» prévias à divulgação de um estudo sobre a expansão da rede de metropolitano, realçando que tal representa uma «tentativa pouco transparente de condicionamento das decisões políticas». Nesse sentido, exorta «o Conselho Metropolitano do Porto a esclarecer qual o ponto da situação do estudo que encomendou e qual o calendário para a divulgação dos seus resultados».
No texto, os comunistas explicam que, no passado mês de Fevereiro, a Área Metropolitana do Porto (AMP) e os municípios de Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia e Trofa, subscreveram com o Governo um protocolo para consolidação da expansão da rede de metro no Grande Porto, bem como sobre o metro bus. Acordo, detalha-se, que contemplava a análise das «perspectivas de procura, sustentabilidade financeira e viabilidade da construção das várias linhas propostas pelos municípios».
«Com base nesses estudos, seriam seleccionados os investimentos a efectuar, aproveitando as verbas inscritas no Plano Nacional de Investimentos 2020/2030», traduzidas «em cerca de 600 milhões para o metro e 240 milhões para o metro bus», acrescenta-se.
Falar claro
Ora, a verdade é que não sendo ainda conhecidas as conclusões da pesquisa, «começam a ser divulgadas notícias que põem em causa a transparência deste processo», prossegue a DORP, que dando vários exemplos sobre aquele facto, salienta, por outro lado, que «a assinatura, em 2020, do [já referido] protocolo representou a capitulação dos presidentes de câmara da região e da AMP às imposições do Governo», que há mais de uma década não investe na rede de metro do Porto.
Estes autarcas não podem agora sacudir a água do capote, procurando escamotear uma capitulação que «conduz ao adiamento do necessário investimento na rede do metro do Porto e na sua articulação com uma rede de metro bus moderna», sublinha ainda o Partido, que sempre considerou que «a base das negociações com o governo deveria ser o compromisso assumido em 2007, quando foi assinado um memorando de entendimento, entre a AMP e o Governo, em que, para além de alterar a estrutura societária da empresa Metro do Porto, se assumiu o compromisso de, até 2018, concluir a segunda fase do metro, o que incluía as linhas da Trofa, Campo Alegre, Senhora da Hora até ao Hospital de São João e uma nova ligação a Gondomar».
Além do mais, a DORP do PCP considera «inadmissível a inscrição de verbas para uma linha de metro bus na cidade do Porto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sem que esse projecto tenha sido discutido em qualquer órgão autárquico da cidade». Essencial é, igualmente, «que o PRR preveja verbas para esse reforço, as quais se deverão juntar às já inscritas no Plano Nacional de Investimentos 2030 de forma a concluir a rede de metro do Porto (de acordo com a sua concepção) e a complementá-la com a rede de metro bus», concluiu-se.