Desabamento no Metropolitano não é indiferente ao desinvestimento
TRANSPORTES O PCP considera que a queda de parte de uma galeria entre a estação de metro de São Sebastião e a Praça de Espanha não pode ser desligada da degradação a que tem sido votada a empresa.
No dia anterior o PCP promoveu uma audição em que não faltaram alertas
Nesse sentido, o Partido, através do seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República (AR), confrontou o Governo com a necessidade de «contratar e reclassificar os efectivos necessários para a fiscalização de obras, para o guarnecimento das estações, para tripular os comboios e para a manutenção da via e do material circulante», com a urgência da reactivação das oficinas das Calvanas e da expansão da rede para garantir a ligação de Telheiras à Linha Azul, informou o Secretariado do Sector dos Transportes da Organização Regional de Lisboa.
Em nota de imprensa, o PCP lembra que, no dia anterior ao desabamento, promoveu uma audição parlamentar na qual representantes das organizações representativas dos trabalhadores (ORT)do Metropolitano de Lisboa alertaram justamente para a degradação da capacidade técnica da empresa decorrente da saída de inúmeros técnicos especializados. Tal, coloca crescentes dificuldades ao acompanhamento a obras que dizem directamente respeito às suas infraestruturas e funcionamento, como é o caso das que decorrem na Praça de Espanha.
Daí que, para os comunistas, embora a Câmara Municipal de Lisboa seja a responsável pelos trabalhos, a intervenção envolve «a entrada no perímetro de segurança do túnel do Metro», o que exige «não só o parecer técnico vinculativo como o acompanhamento desses trabalhos por parte da empresa».
Por outro lado, o Partido assinala que «se esta situação ocorresse com a “Linha Circular”, que o Governo pretende impor ao arrepio das decisões aprovadas na AR), tal resultaria não na interrupção da circulação na Linha Azul, mas praticamente em toda a Cidade de Lisboa, como o PCP tem vindo a sublinhar».
«Mais, se o Metropolitano já tivesse concretizado a expansão da Linha Verde, a partir de Telheiras, para a Linha Azul (Colégio Militar ou Pontinha), tal como as ORT há muito defendem e exigem, hoje haveria uma ligação do resto da cidade à parte de cima da Linha Azul», afirma ainda o PCP, que insiste na necessidade de reactivar as oficinas das Calvanas para que as revisões, reparações e troca de composições nas oficinas da Pontinha não dependam da circulação na Linha Azul, com evidentes constrangimentos para toda a rede, como se constata.