Proteger os idosos é concretizar os seus direitos em vários domínios
EFEMÉRIDE Efectivar os direitos dos maiores de 65 anos em todas as suas dimensões exige múltiplas respostas, algumas com acrescida urgência no actual contexto, afirma o PCP.
É particularmente oportuno articular medidas conjunturais e estruturais
A chamada de atenção foi feita em comunicado divulgado a propósito do Dia Internacional do Idoso, no qual o Partido «destaca o contexto particularmente difícil que marca a vida dos que integram este grupo social, exponencialmente agravado com a COVID-19, ao mesmo tempo que reafirma o seu empenho na concretização de um vasto conjunto de medidas que assegurem uma adequada protecção da sua saúde, o combate às desigualdades sociais e à pobreza, a valorização das suas pensões e a elevação da sua qualidade de vida e bem-estar».
Acrescem, nota-se no texto, «situações de trabalhadores confrontados com atrasos consideráveis na atribuição da sua pensão pela Segurança Social, a par dos que não foram ressarcidos das injustas penalizações no valor da sua reforma, pela antecipação da mesma na vigência do governo PSD/CDS».
Considerando que «deve ser implementada a Resolução da Assembleia da República que recomenda ao Governo «a promoção da saúde e prevenção da doença com aposta nos cuidados primários, o combate ao isolamento e solidão, tanto nas zonas urbanas como nas mais desertificadas, criação de uma rede pública de equipamentos de apoio à terceira idade», o Partido reafirma, ainda, a sua determinação em ver implementadas propostas que, por um lado, «mitiguem os impactos do surto epidémico na vida deste grupo social», e, por outro, «não adiem a resposta necessária para garantir a sua adequada protecção».
Inadiáveis
Entre aquelas, o PCP realça «um aumento de todas as pensões, a partir de Janeiro 2021, que garanta a valorização do poder de compra de todas as pensões», a «criação de dois novos escalões de pensões mínimas para quem tem 36 e 40 anos de descontos para a Segurança Social, o «aumento do valor do Complemento de Dependência e Complemento Solidário do Idoso, com eliminação dos rendimentos dos filhos para [a sua] atribuição», e a «eliminação das penalizações na reforma dos trabalhadores que se reformaram antecipadamente».
A carecer de concretização encontram-se, também, propostas como «repor a idade da reforma aos 65 anos para todos os trabalhadores», a «dispensa gratuita do medicamento genérico mais barato», o «alargamento da redução dos custos de transportes em todo o País» e o «desenvolvimento de medidas de apoio às pessoas em situação de dependência e aos cuidadores informais, enquadradas no desenvolvimento de uma rede de apoio com base nos serviços públicos, designadamente das áreas da saúde, trabalho e Segurança Social».
O PCP salienta, igualmente, que «o actual contexto veio colocar em primeiro plano a necessidade de articular medidas conjunturais resultante da COVID-19 com medidas estruturais que supram lacunas que são anteriores. Nesse sentido, adverte para a urgência de «pôr fim aos lares ilegais e criar novos lares com gestão pública que possam suprir as listas de espera, bem como assegurar o acesso a estes equipamentos sociais aos que por razões económicas estão excluídos deste».
Saudando «os reformados, pensionistas e idosos e o seu movimento associativo», o PCP apela, por fim, «a que continuem a colocar nas próprias mãos a garantia à sua vida plena e a luta pela concretização dos seus direitos e aspirações».