Cidade da Juventude

Irreverência, ânimo e confiança. O Futuro tem Partido!

Em tons de vermelho e amarelo, repleta de murais coloridos, a Cidade da Juventude não passava despercebida a quem por ali passava. Além daqueles, o espaço preenchia-se também com cadeiras e mesas, dispostas ao longo dos já tradicionais bares da Cidade.

Mesmo sem palcos – nesta edição –, nem por isso faltou a cultura, a alegria e a irreverência e o cumprimento das medidas de protecção sanitária.

A Cidade da Juventude apresentou-se extremamente articulada na sua programação e era visível a conexão entre a arte, os debates e a exposição política ali presentes.

É exemplo disso o debate O Futuro tem Partido!, com três camaradas de diferentes gerações, e que demonstraram que «a Juventude está continuamente na construção do Partido» e da história, como referiu Albano Nunes, destacando a luta dos jovens estudantes na década de 60 e 70, essenciais para derrubar o fascismo. Já Inês Zuber destacou o papel da JCP na abordagem ao tema da toxicodependência nos anos 90 e Francisco Araújo referiu o actual combate por uma educação gratuita, democrática e de qualidade e pela estabilidade no emprego. Daqui emanou uma grande confiança na capacidade criadora e transformadora da juventude, que faz do PCP «o mais jovem partido português», apesar dos seus 100 anos.

Debate ladeado por murais alusivos ao Centenário do Partido, bem como por parte da exposição política dedicada a este tema. Foi também precedido da leitura de poesia relacionada com o Centenário do Partido e ainda, no dia anterior, da pintura de um graffiti numa das paredes da Cidade.

O mesmo espírito sobressaiu do debate O vírus não mata direitos!, onde foram destacados os recentes ataques aos direitos dos jovens a pretexto da epidemia, apesar de os problemas serem anteriores ao vírus. É exemplo a precariedade no trabalho e as condições desiguais no ensino, levando a que a juventude sinta «instabilidade e incerteza no presente e no futuro», como um interveniente referiu, e que o Orçamento Suplementar «não resolve» nem dá resposta.

Telecenas

O teletrabalho e a escola à distância vieram agravar problemas já existentes e ainda trazer outros novos, como ficou evidente no debate Telecenas: os impactos da distância forçada na vida da juventude. Aqui foram dados diversos testemunhos das dificuldades e perigos com esta nova realidade: desde a dificuldade de conciliação da vida pessoal e laboral e dos riscos de saúde das «telecenas» fruto da falta de condições materiais adequadas, até à dificuldade que diferentes sectores têm em responder neste contexto, como é o caso da cultura.

A exposição política reflectia, igualmente, algumas destas realidades, e uma performance de teatro demonstrou, na prática, uma artista a receber um telefonema onde lhe era transmitida informação sobre a situação actual e exemplificava as consequências que a falta de apoios teria na sua vida.

Igualmente no campo da cultura decorreu o debate Hip-Hop: a palavra, a música e a arte na luta da juventude, com a presença de PTA Slowmo, um dos vencedores do Concurso de Bandas. Aqui foi discutida as componentes artística e de intervenção do Hip-Hop bem como o papel que os grupos editoriais têm no condicionamento da criação e disseminação dos conteúdos, que «determinam aquilo que passa e o que não passa», como referiu um dos intervenientes.

A música, aliás, fez parte da programação da Cidade da Juventude, com as actuações de Le Cirque du Freak, do DJ João Ramos e com um workshop de dance4fit, com músicas actuais da juventude com coreografias simples de aprender mas que cativaram os presentes.

Só a luta transforma

Num outdoor gigante lia-se que «No capitalismo não podemos respirar» e foi este um dos motes para o debate Nem mais uma discriminação! Avançar nos direitos é preciso!, onde ficou patente a necessidade de alteração do sistema para combater as desigualdades e as discriminações e da importância da luta em unidade de todos os explorados.

A exposição política destacava ainda os 75 anos da vitória sobre o nazi-fascismo e o papel dos comunistas, bem como desmistificava as tentativas de reescrita da história que o capital procura inculcar nos dias de hoje.




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