«As Cores da Paz pelo Futuro que queremos!» – Jovens assinalam o bombardeamento de Hiroshima e Nagasáqui
PAZ A Plataforma pela Paz e Desarmamento realizou em Lisboa, na sexta-feira, dia 7, uma iniciativa que assinalou a passagem dos 75 anos sobre o acto hediondo dos EUA. O momento contou com duas intervenções de associações dinamizadoras e com a pintura de um mural.
Assinalar o 75.º aniversário dos bombardeamentos das duas cidades nipónicas; não esquecer e deixar impune o crime de guerra cometido pelos EUA; assumir uma posição clara na luta contra as armas nucleares, pelo desarmamento e pela paz – estes foram alguns dos objectivos da iniciativa que foi dinamizada pela Plataforma Pela Paz e Desarmamento na semana passada.
No mural pintado numa das paredes do Jardim da Cerca da Graça sobressaem as inscrições «Para que nunca mais aconteça», «Abre as portas da história, deixa passar a vida» e «As cores da paz pelo futuro que queremos». Depois do trabalho realizado pelos vários jovens que compareceram à iniciativa, Simão Bento, dirigente da Associação Projecto Ruído (uma das estruturas envolvidas naquela iniciativa) realizou a primeira intervenção.
«As cores da paz pelo futuro que queremos é o lema desta nossa iniciativa», começou por dizer o dirigente, que revelou a disponibilidade e empenho da sua associação para participar em iniciativas de natureza idêntica e pelos mesmos objectivos num futuro próximo.
«Assumimo-nos como um dos rostos da luta contra as armas nucleares e de destruição massiva (…), por um desarmamento progressivo e simultâneo», afirmou o dirigente, deixando depois clara a rejeição da sua associação em relação à NATO, ou, como disse, «bloco de agressão». Uma estrutura que já «golpeou governos democraticamente eleitos, saqueou recursos e destruiu países, levando desastres humanitários e ecológicos sem precedentes», acusou.
«É urgente e necessário que Portugal assine de uma vez por todas o Tratado de Redução de Armas Estratégicas e que rompa com os interesses da política imperialista e neocolonialista dos EUA e da UE», afirmou, concluindo que a «luta pela paz é uma luta de todos os povos e dos jovens».
«Para que nunca mais aconteça»
José Pinho, dirigente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH) da Universidade Nova de Lisboa, foi o segundo orador.
O dirigente lembrou que são «mais de 15 mil ogivas nucleares» que estão «espalhadas pelo mundo em bases militares, bombardeiros ou esquadras navais». E advertindo para os riscos que a Humanidade enfrenta, sublinhou que bastaria a utilização de um reduzido número daquele armamento e facilmente seria posta em causa a «duração do solo, a sobrevivência do ser humano e de uma grande parte da biodiversidade».
Antes de terminar, José Pinho chamou ainda a atenção dos presentes para a importância das petições promovidas pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação para a ratificação e consequente promoção do Tratado de Proibição de Armas Nucleares.
Uma forte acção em prol da Paz
Foram muitas as organizações que responderam ao apelo feito pela Plataforma Pela Paz e Desarmamento a realização da iniciativa no dia 7 em Lisboa:
Associação Amizade Portugal-Cuba; Associação Conquista da Revolução; Associação de Estudantes da Escola Secundária Camões (Lisboa); Associação de Estudantes da Escola Secundária Carlos Amarante (Braga); Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Associação – Os Pioneiros de Portugal; Associação Projecto Ruído; Interjovem – CGTP/IN; Cineclube de Torres Vedras; Clube de Estratégia do Seixal; Confederação Nacional de Jovens Agricultores de Portugal; Conselho Português para a Paz e Cooperação; Ecolojovem – Os Verdes; Frente Anti-Racista; Fundação José Saramago; Juventude Comunista Portuguesa; Movimento Democrático de Mulheres; Movimento pelos direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente; União de Resistentes Antifascistas Portugueses; Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário.